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Brasil engata 4º mês seguido de fluxo cambial negativo em novembro, mês de alta do dólar

O Brasil voltou a sofrer com saída de dólares em novembro, num montante de 5,691 bilhões de dólares, o quarto mês consecutivo de saldo negativo, num período marcado pela disparada do dólar.

O fluxo negativo se intensificou na última semana do mês, justamente quando uma onda de compra de dólar catapultou a moeda a níveis recordes, perto de 4,28 reais.

Entre 25 e 29 de novembro, o saldo das operações de câmbio contratado no Brasil ficou negativo em 4,531 bilhões de dólares. É o pior número para uma semana desde a debandada de 8,629 bilhões de dólares registrada na última semana de junho.

O resultado da semana passada mais do que apagou o saldo positivo de 4,000 bilhões de dólares da semana anterior. Até então, o fluxo cambial de novembro estava negativo em 1,157 bilhão de dólares.

Em 12 meses, o déficit ficou em 39,913 bilhões de dólares, um dos piores da série histórica (disponibilizada a partir de 1982) e pouco abaixo do rombo de 40,836 bilhões de dólares em 12 meses até outubro.

Em 2019, o fluxo cambial está negativo em 27,156 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado, o resultado era positivo em 11,761 bilhões de dólares.

Em novembro de 2018, o saldo de câmbio contratado fora deficitário em 6,614 bilhões de dólares.

SALDO COMERCIAL EM QUEDA
No mês passado, o fluxo cambial contratado para exportações foi de 15,191 bilhões de dólares, queda de 30% ante o mesmo período de 2018. As contratações para importações recuaram 11%, a 13,581 bilhões de dólares. Com isso, o saldo comercial no câmbio contratado recuou a 1,610 bilhão de dólares, tombo de 75% frente a um ano antes.

Recentemente, o Ministério da Economia admitiu erros na contagem de dados da balança comercial, os quais reduziram o saldo comercial inicialmente informado e acabaram gerando mais temores de escassez de dólar, o que fez a moeda subir mais.

As operações financeiras do fluxo cambial contratado ficaram negativas em 7,301 bilhões de dólares em novembro, resultado melhor que o déficit de 12,987 bilhões de dólares de um ano antes.

A saída de dólares tem forçado o Banco Central a prover liquidez ao mercado via leilões de moeda à vista, o que não era feito havia uma década.

Em novembro, o BC liquidou a venda de 4,461 bilhões de dólares no mercado físico. Em 2019, a venda total alcança 27,276 bilhões de dólares, quase o mesmo valor do saldo negativo do fluxo cambial, de 27,156 bilhões de dólares no acumulado do ano.

Apenas nos últimos quatro meses seguidos de saldos negativos, o Brasil já perdeu um total de 24,948 bilhões de dólares.

No período, o dólar saltou de 3,8173 reais no fim de julho para quase 4,2405 reais no término de novembro, disparada de 11,09%.

Na última semana de novembro, a de pior fluxo desde junho, o dólar acumulou valorização de 1,14%. No acumulado do mês, a cotação subiu 5,77%.

Ainda de acordo com dados do BC, os bancos terminaram novembro com posição líquida vendida em dólar à vista de 23,804 bilhões de dólares, ante 23,650 bilhões de dólares ao fim de outubro.

Fonte: Reuters

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