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Brasil deixou de exportar 95 mil veículos devido à crise na Argentina, diz Anfavea

A Anfavea, entidade que representa as montadoras de veículos, apresentou números que mostram perda de participação do setor tanto no Brasil quanto na Argentina, historicamente o principal destino das exportações da indústria automotiva.

Segundo a associação, tal perda de espaço explica por que a produção está terminando 2023 na contramão do crescimento dos mercados. Em relação às exportações, cujo tombo preocupa o setor, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, estimou que as montadoras deixaram de embarcar 95 mil veículos neste ano em razão da queda, de 49% para 27%, da penetração dos carros brasileiros na Argentina nos últimos quatro anos. Desde o início do ano, as exportações caíram quase 16%, tendo impacto na produção, que recuou 1,1% de janeiro a novembro.

No mercado doméstico, o ritmo de vendas tem ganhado tração, porém com maior entrada de veículos importados, o que também limita o efeito na produção. Conforme a Anfavea, a entrada de importados, um dado olhado pela associação com lupa, chegou a 16,8% do total vendido em novembro, contra 14,7% no mesmo mês de 2022.

No embalo dos carros eletrificados (híbridos ou puramente elétricos), a China se tornou a segunda origem dos carros importados no Brasil, atrás apenas da Argentina, representando 10% do total trazido do exterior desde o início deste ano. As importações de veículos chineses, que correspondiam a 3% em 2022, mais do que quadruplicaram neste ano (alta de 347%), chegando a 32,2 mil unidades.

Recuo na produção

Em desempenho prejudicado pelo tombo das exportações, a produção da indústria de veículos teve no mês passado queda de 6,1% frente a novembro de 2022, segundo a Anfavea. No total, 202,7 mil unidades foram montadas, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com outubro, novembro mostrou crescimento de 1,5%.

A produção de veículos passa a mostrar queda de 1,1% no acumulado desde o início do ano, somando 2,15 milhões de unidades até novembro.

Fonte: Estadão

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