Oil & Gas

Fundo Brasil de US$ 4,6 bilhões aposta que inflação vai desacelerar e Petrobras vai se recuperar

A Kapitalo Investimentos Ltda, uma das maiores gestoras de fundos de hedge do Brasil, está atenta a riscos mal precificados em casa antes das eleições gerais.

A empresa, que administra cerca de 25 bilhões de reais (US$ 4,6 bilhões), está apostando que as taxas de inflação implícitas no mercado de títulos diminuirão e que os investidores se tornaram muito negativos na petrolífera estatal Petróleo Brasileiro SA.

Os preços das ações da Petrobras refletem as apostas em um “cenário terrível” após a votação presidencial de outubro, então qualquer resultado marginalmente melhor pode trazer ganhos, disseCarlos Woelz, cofundador da empresa, na semana passada em entrevista em São Paulo.

“Esse é um lugar onde gostamos de estar: onde todos os aspectos negativos parecem estar no preço”, disse Woelz.

Petrobras está sob forte pressão política para reduzir os custos de combustível para ajudar a reduzir a inflação anual perto de 12%. A briga levou a uma porta giratória na gigante do petróleo – houve quatro diretores-executivos este ano -, mas o barulho não conseguiu alterar sua política de alinhar os preços domésticos dos combustíveis ao mercado internacional.

As ações da maior petrolífera da América Latina mudaram pouco este ano, sendo negociadas a 1,9 vezes o valor da empresa para lucros futuros. Isso é menos da metade do múltiplo de 4,5 para a gigante petrolífera americana Exxon MobilCorp. e abaixo da estatal argentina YPF SA, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

No mercado de renda fixa do Brasil, Woelz acha que os investidores estão superestimando a inflação e está assumindo posições que vão lucrar quando essas expectativas caírem. Os pontos de equilíbrio de cinco anos – a taxa de inflação implícita nos preços no mercado de títulos – atingiram 7,58% no mês passado, o maior desde 2016.

Os prêmios parecem “atrativos” e Woelz tem como meta posições em títulos com vencimento em até cinco anos.

“Ou veremos uma desaceleração econômica mais acentuada do que o que os formuladores de políticas esperam ou o banco central manterá uma política monetária apertada por mais tempo”, disse ele. “O BancoCentral do Brasil está comprometido em fazer a inflação convergir para a meta.”

O fundo Zeta de Kapitalo estava entre os fundos de hedge locais que lucraram com a antecipação de um aumento nas taxas de juros nos mercados globais, incluindo os EUA. No momento, a Woelz tem posições menores que ganham com taxas mais altas em alguns mercados emergentes.

Os dados de inflação dos EUA na semana passada reforçaram a visão de que a economia global não evitará uma recessão, de acordo com o dinheiro Gerente. Woelz espera que o Federal Reserve fique aquém de entregar um aumento total de pontos percentuais em sua próxima reunião, mas diz que ociclo de aperto provavelmente será mais longo.

No Brasil, Woelz diz que as condições para o início de um ciclo de flexibilização por volta de meados de 2023 são diferentes das que o país viu antes os cortes de taxas de 2016 começaram. O hiato do produto agora é menor, enquanto os dados de empregos vêm mais fortes do que os níveis vistos seis anos atrás. Isso significa que o banco central provavelmente precisará revisar sua previsão para a inflação de 2024, que atualmente está em 2,7%, mais alta.

Bruno Cordeiro, sócio e gerente de portfólio do fundo K10 da empresa, disse que os investidores estão se preparando para um aumento no público do Brasil gastos independentemente de quem seja o próximo presidente. Sob o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o atual presidente Jair Bolsonaro, a questão-chave será como o governo financiará despesas mais altas, disse Cordeiro, cujo fundo superou 93% de seus 198 pares em no ano passado, com um ganho de 20%.

Fonte: O Petróleo

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo