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Estado de SP tem um roubo de caminhão a cada 5 horas, revela Boletim Tracker-Fecap

Pesquisa apontou que o território teve aumento de 39,4% nos roubos em agosto, enquanto furtos recuaram 41,6%; Rodovia Fernão Dias é a via mais visada entre os criminosos.

Um caminhão é roubado a cada cinco horas no estado de São Paulo. Segundo o “Boletim Tracker-Fecap”, no mês de agosto foram 145 ocorrências registradas no território, com um crescimento de 39,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Por outro lado, houve uma redução de 41,6% em furtos, com 45 boletins no mesmo período. Já no acumulado do ano, de janeiro a agosto, os roubos recuaram 3,8% — 766 contra 796 casos — enquanto os furtos caíram 20,4% em relação a 2024.

“Esses dados sugerem uma possível eficácia das medidas de segurança ou uma mudança no modus operandi dos criminosos, que podem estar se deslocando para outras modalidades ou regiões”, analisou o pesquisador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) e responsável pelo estudo, Erivaldo Vieira.

São Paulo, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itatiba, São Bernardo do Campo, Limeira, Itaquaquecetuba, Campinas, Jundiaí e Embu das Artes são as cidades com os maiores índices de roubo e furto. Já Cubatão, Osasco, Paulínia, Santos e Sumaré deixaram o ranking no período.

Fonte: Boletim Tracker-Fecap

“A entrada de Itatiba, São Bernardo do Campo, Limeira, Itaquaquecetuba e Jundiaí no ranking de 2025 é um dado alarmante e sugere que novas rotas e municípios estão se tornando alvos de quadrilhas especializadas, provavelmente acompanhando o crescimento logístico e o fluxo rodoviário”, afirmou o gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, Vitor Corrêa.

“É importante observar também que as ocorrências estão sempre próximas de rotas de transporte de carga e zonas industriais, o que reforça a relação direta entre o crime e o fluxo de mercadorias”, destacou.

VIAS MAIS PERIGOSAS EM SÃO PAULO

O estudo “Boletim Tracker-Fecap” também mapeou as vias mais perigosas. Há uma predominância de rodovias entre os logradouros mais afetados. A Rodovia Fernão Dias, que conecta a capital paulista ao sul de Minas Gerais, aparece em três posições distintas em Guarulhos, São Paulo e Mairiporã.

Os eventos ocorrem, majoritariamente, nas vias públicas (74,6%), seguido de rodovias e estradas (9,9%), o que indica que os crimes acontecem principalmente durante o deslocamento das cargas e não em pontos fixos. Parte dos crimes ocorreu durante operações de carga e descarga, já que a pesquisa apontou que 8,9% das ocorrências aconteceram em locais de comércio e serviços.

QUANDO ACONTECERAM OS ROUBOS DE CAMINHÕES?

Terça, quarta e quinta-feira concentram 57% do total de ocorrências, com destaque para a terça-feira, que registra o maior número (230). Sábado e domingo somam 135 ocorrências, apenas 12% do total.

Segundo Vitor Corrêa, os picos de eventos coincidem com o pico das operações de transporte e entrega. “Esse dado, aparentemente simples, orienta a estratégias de monitoramento do Grupo Tracker, com reforço de vigilância em horários e rotas críticas, quando o risco é maior e a mobilização das quadrilhas mais intensa”, explicou.

“Essa abordagem proativa não apenas aumenta a taxa de recuperação, mas reduz o tempo médio de resposta, fator decisivo para garantir a integridade do veículo, da carga e do motorista.”

MARCAS E MODELOS MAIS VISADOS

Os modelos Volvo FH e Scania Série R, geralmente usados em transporte de longa distância e operações logísticas de alto valor, foram os mais visados durante 2025. “O predomínio de caminhões-tratores reforça o foco em grandes cargas interestaduais, frequentemente desviadas em rotas de conexão entre os polos logísticos de São Paulo, Campinas e Baixada Santista”, salientou Erivaldo Vieira.

Para ele, há uma clara tendência de maior incidência de roubos em caminhões modernos, reforçando que o valor de revenda de peças e componentes é um dos principais motivadores das ações criminosas. “Já os furtos ocorrem de forma mais dispersa, muitas vezes associados a veículos estacionados ou em manutenção, independentemente do ano de fabricação”, complementou.

 

 

Fonte: Mundo Logística

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