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Crise e fuga de cargas afetam Porto de Santos

Fraca recuperação da economia, mudanças no mercado internacional e fuga de cargas para outros portos. Estas são alguns dos motivos apontados por especialistas em comércio exterior para a queda na movimentação de mercadorias no Porto de Santos no mês passado. A previsão é de que, neste ano, as operações fechem em queda.

Em agosto, 12 milhões de toneladas de cargas foram movimentadas no cais santista. O volume é 3,2% menor do que o operado no oitavo mês de 2018, quando 12,4 milhões de toneladas entraram ou saíram do País pelo cais santista.

No mês passado, os embarques tiveram queda de 2,1% e somaram 8,7 milhões de toneladas. Já os desembarques caíram 5,9% e atingiram 3,3 milhões de toneladas. Houve queda de 6,2% nos embarques de açúcar, que somaram 1,2 milhão de toneladas.

Para o economista e professor universitário Hélio Hallite, esta redução no açúcar foi causada por uma colheita recorde na Índia. “Essa safra derrubou o mercado e o que movimentamos de soja e milho não faz frente ao volume do açúcar. E também tivemos reduções”, destacou.

O executivo se refere aos embarques de soja, que caíram 29,7% em agosto e atingiram 1,1 milhão de toneladas. Por outro lado, as exportações de milho cresceram 34,2% e somaram 2,9 milhões de toneladas.

Segundo o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, os usuários do Porto têm percebido uma constante fuga de cargas para complexos portuários da Região Norte. Entre os grãos, esse movimento tem sido mais intenso.

“Nós temos sentido que estamos perdendo cargas para o Arco Norte e também para Paranaguá (PR), que vem batendo recordes de operação com grãos. Com contêineres, isso também tem acontecido em Itapoá (SC), por exemplo, que se tornou um hub (concentrador de cargas). Isso é bastante preocupante”, destacou Roque.

Segundo o executivo, agências sediadas em Santos já iniciaram a abertura de filiais no Arco Norte e armadores estudam deixar o cais santista e escalar em outros portos.

Fonte: A Tribuna

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