Jennyfer Tsai deixa diretoria da Autoridade Portuária
A engenheira Jennyfer Tsai comunicou sua saída da Diretoria de Infraestrutura da Autoridade Portuária de Santos (APS, o novo nome da Codesp), pasta que chefiava há um ano e dois meses. Esta foi a segunda mudança no primeiro escalão da empresa – que administra o principal porto do País – nos últimos dez dias. O motivo de sua saída não foi especificado. Até que o sucessor de Jennyfer seja definido, sua diretoria será comandada pelo diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios e Regulação da APS, o engenheiro naval Bruno Stupello, que irá acumular os dois cargos.
Em nota divulgada na noite de segunda (4), logo após Jennyfer Tsai ter comunicado sua saída da Autoridade Portuária, a empresa informou que a executiva – a primeira mulher a comandar o setor de Engenharia da companhia – apresentou seu pedido de desligamento na última sexta-feira (1º), Dia Internacional do Trabalho.
Na mesma nota, a APS informa que a engenheira se demitiu “por decisão de caráter pessoal”, sem informar maiores detalhes. No dia 24 do mês passado, o engenheiro Casemiro Tércio Carvalho apresentou seu pedido de desligamento da presidência da companhia. Não foram informados os motivos que o levaram a tomar essa decisão.
Mas, conforme A Tribuna apurou, a medida foi determinada pelo Palácio do Planalto. No mesmo dia, o principal cargo na diretoria da Autoridade Portuária foi ocupado pelo então diretor de Administração e Finanças da APS, Fernando Biral. Ele foi oficializado na função na semana passada.
Com a saída de Jennyfer, a diretoria da Autoridade Portuária perdeu dois de seus cinco integrantes. Permanecem Biral, Stupello e o diretor de Operações, Marcelo Ribeiro de Souza. Essas mudanças ocorrem em um momento em que o Palácio do Planalto negocia cargos em suas estatais – a Autoridade Portuária de Santos foi citada como uma delas – com parlamentares, em troca de apoio político no Congresso.
Essas tratativas foram confirmadas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, na última semana, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada. Bolsonaro, porém, disse que, apesar das “conversas”, não havia nomeações de políticos para a APS. Este cenário levou empresários e especialistas no setor portuário a questionar, na noite de ontem, o motivo da saída de Jennyfer: por razões pessoais, como divulgado oficialmente; devido ao desligamento de Tércio (que a levou para a APS e com quem já havia trabalhado antes); ou por determinação política.
Fonte: A Tribuna