Comandado pelo embaixador Todd Chapman, os Estados Unidos estão promovendo um pesado lobby dentro do governo para que as tarifas de importação do etanol americano sejam reduzidas a zero.
Atualmente, há isenção para até 750 milhões de litros por ano, mas a partir deste volume a tarifa é de 20%. Criada em 2017, a aumento para 750 milhões de litros e vinha como uma forma de atender pressões vindas do setor sucroenergético do Nordeste. O aumento para 750 milhões de litros aconteceu no ano passado e é válido até 31 de agosto.
De acordo com uma reportagem do Valor Econômico, os ministros Paulo Guedes (Economia), Teresa Cristina (Agricultura), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) tiveram uma reunião para tratar do assunto.
O consenso foi pelo fim da cota, porém, a tarifa não deve ser zerada. A pressão dos EUA é por um valor igual ou menor que 2,5%. Ao mesmo tempo, as usinas do Nordeste defendem os atuais 20%.
“É o presidente Bolsonaro quem vai decidir”, afirmou uma fonte consultada.
Entre os argumentos usados por Chapman está a importância, para o governo Bolsonaro, da manutenção de Donald Trump na presidência dos EUA.
Mas o que a eleição americana tem a ver com isso? Iowa é o maior produtor de etanol dos EUA (4% do PIB do estado é resultado do etanol) e o estado pode ser peça fundamental na reeleição de Trump. Daí a importância, segundo Chapman, de o governo Bolsonaro fazer um carinho nos EUA.
Chapman, que tem tido conversas nos ministérios da Economia, das Relações Exteriores e com Eduardo Bolsonaro, quer que a isenção de tarifas seja aprovada até agosto.
Fonte: Valor