Mudança de porto onera exportação
A alteração na linha marítima da operadora logística dinamarquesa Maersk Hamburg-Sud, que não passará mais pelo terminal de Itaguaí, em Sepetiba, no Rio de Janeiro, indo direto para o porto de Santos, em São Paulo, deve impactar o frete de produtos finais em até 6%. É que a mudança na rota do escoamento de produção de empresas exportadoras de Minas Gerais que usam o terminal fluminense deve resultar em aumento do custo logístico em torno de 31%.
Os dados foram levantados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e segundo o consultor do Centro Internacional de Negócios da Fiemg, Alexandre Brito, refletem um impacto nos custos que varia de 13% em média para o setor da mineração, até 55% ou mais nos setores de ferroligas, siderurgia e agro alimentos.
Conforme ele, em todas as simulações os custos de frete para Santos tanto para rodoviário como ferroviário aumentam para as cargas originarias de Minas Gerais. “Nosso principal objetivo é manter a competitividade das empresas mineiras. Seja com uma possível negociação com a Maersk Hamburg-Sud ou com outros operadores, de maneira a manter a rota e evitar esse aumento do custo tanto para as indústrias quanto para os produtos finais”, explicou. Há ainda a possibilidade de negociação com armadores e também a articulação com entidades estaduais e nacionais como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e também com a Antaq na busca de soluções que viabilizem a manutenção da rota. “As empresas garantem uma demanda potencial que justiffica a manutenção da linha de mais de 500 contêineres por semana”, citou.
Em um encontro realizado na sede da Federação no início deste mês, representantes de indústrias exportadoras de Minas Gerais, membros do Sindicato da Indústria do Ferro Gusa e Sindicato das Indústrias de Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe) discutiram as possibilidades de manutenção da escala de navios no Porto de Itaguaí. Para Brito, a decisão das companhias de navegação de suspender a escala direta do Rio de Janeiro para a Ásia será extremamente prejudicial para as indústrias do Estado e do Rio de Janeiro.
Concentração – Além do impacto nos custos logísticos e no frete, representantes das indústrias e membros dos sindicatos apontaram os riscos de concentração do mercado, com a redução das escalas e concentração das operações no porto de Santos. Para eles, uma redução no número de escalas não apenas limita as opções logísticas das empresas como tende a elevar os custos logísticos e, portanto reduzir a competitividade das exportações brasileiras.
De acordo com o consultor, a linha que atualmente tem a escala no em Itaguaí atende a mercados asiáticos muito importantes para as exportações de Minas e do Brasil. São cargas produzidas por diversos segmentos da indústria mineira, inclusive carga em contêineres. Além de escalas em Santos a linha atende aos mercados situados na Coréia do Sul, norte (Qingdao), centro (Shangai) e sul da China (Shenzen), além de atracação em Cingapura e Malásia. A linha traz produtos asiáticos para o Brasil e produtos brasileiros que são desembarcados nos países asiáticos. A Maersk Hamburg-Sud é uma empresa dinamarquesa integrada de logística de contêineres. A companhia é líder global em serviços de navegação, operando em 130 países e empregando cerca de 70 mil pessoas.
Fonte: Diário do Comércio