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Postado em 15 de abril de 2020 | 18:01

Rios Paraná, Iguaçu, Paraguai e Uruguai vivem uma das piores secas da história

“É uma baixa histórica dos rios Paraná, Iguaçu, Paraguai e Uruguai”, informa o portal argentino Reconquista Hoy, que ouviu especialistas para garantir que a causa não é por “intervenção humana”, mas sim pela falta de chuvas, que não ocorrem normalmente nas bacias desses rios já há alguns meses.

O monitoramento hidrológico feito pela Itaipu Binacional mostra que nesta sexta-feira, 10, o Rio Paraná está na cota 92,76 metros acima do nível do mar, na Ponte da Amizade. O nível está quase dois metros abaixo desde o início de abril, quando a cota variou entre o mínimo de 95,35 metros e o máximo de 96,90 metros. O nível normal do rio, naquele ponto, é menor que 105,59 metros (acima disso, entra em risco de inundações).

No entanto, está quase 13 metros abaixo do ponto máximo de normalidade. Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o Estado vive a maior estiagem desde que o serviço começou a atuar, em 1997. Toda a bacia do Prata está em alerta, diz o portal argentino M.Campana Noticias.

“Isto gera demoras nos portos, implicações locais para a navegação e a conectividade dos moradores ribeirinhos e de ilhas, afeta a pesca, complica as tomadas de água nas captações para abastecimento, produz mudanças nos ecossistemas e cria ambiente propício para espécies vegetais invasoras”, informa ainda o portal.

A captação para o abastecimento de Puerto Iguazú está muito prejudicada pela baixa do Rio Iguaçu. Para minorar o problema, a Prefeitura já está distribuindo água em alguns bairros com caminhõespipa. A empresa de abastecimento de água colocou uma balsa no meio do Rio Iguaçu, onde vai instalar máquinas para bombeamento.

Normalmente, é preciso 1 milhão de litros por hora para atender todos os moradores, mas a captação, com o novo sistema, permitirá retirar do Iguaçu 500 mil litros por hora. Outros 150 a 200 mil litros estão sendo captados do riacho Mbocaí, informa o site RadioCataratas.

Por sua vez, a revista argentina Plus conta que as “baixas extraordinárias dos rios Iguaçu e Paraná”, pela falta de chuvas, afetam as exportações do principal complexo agroindustrial do país. No porto de Rosario, na província de Santa Fe, o Rio Paraná chegou ao nível de 1,06 metro, de acordo com registros da Prefeitura Naval Argentina, bem próximo da marca de um metro, que não é atingida há 30 anos.

Diz ainda a revista que os terminais portuários ao norte e ao sul de Rosario, a 300 quilômetros de Buenos Aires, são o principal polo agroexportador do país, “por onde saem ao mundo grãos, cereais e seus subprodutos”. O Instituto Nacional de Água da Argentina não prevê chuvas importantes na região, o que pode fazer com que o nível baixe para 0,97 metro no dia 14 de abril e para 0,85 metro uma semana depois, prejudicando ainda mais a navegação dos barcos mercantes.

A diminuição da atividade econômica na Argentina, devido à pandemia de coronavírus, se soma agora a esta dificuldade adicionar o de exportação, já que os navios precisaram reduzir a carga máxima para evitar encalhes em sua navegação rumo ao Oceano Atlântico. Além disso, há uma demora de até duas semanas para o transporte feito pelas barcaças carregadas com soja, vindas do Paraguai, entre outras complicações. A revista informa ainda que, no encontro dos rios Iguaçu e Paraná, esta semana a altura da água ficou em torno de 6 metros, com mínimo de 4,5 metros, mais de oito metros abaixo da média mensal desde 1995. O Instituto Nacional de Água diz que esta situação não era registrada desde dezembro de 1988.

Fonte: H2Foz


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