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Postado em 5 de setembro de 2022 | 17:02

CMA CGM cria fundo especial US$ 1,5 bi para acelerar a transição energética

O objetivo é acelerar a descarbonização em todo o transporte marítimo, terrestre e operações logísticas globais. O grupo CMA CGM anunciou nesta segunda-feira (5) que está criando um fundo especial voltado à energia, apoiado por um orçamento de cinco anos no valor de US$ 1,5 bilhão, para acelerar sua transição energética e alcançar carbono zero líquido até 2050.

O fundo apoiará a produção industrial de novos combustíveis, bem como soluções em mobilidade de baixas emissões para os negócios do grupo (transporte marítimo, terrestre e aéreo de cargas; transporte portuário, serviços logísticos e escritórios). A iniciativa contribuirá com uma plataforma de inovação global, desenvolvida em parceria com grandes empresas, PMEs, startups, e comunidades acadêmica e científica.

“Há muitos anos, o Grupo CMA CGM tem agido para proteger o meio ambiente. Essa proposta está no centro das minhas convicções e das nossas estratégias. Entretanto, diante da emergência climática, é nosso dever fazer mais e acelerar nossas ações. Este fundo nos permitirá fazer investimentos substanciais em projetos inovadores para descarbonizar nossos negócios. Para isso, alocamos os recursos necessários para acelerar nossa transição energética e de toda a indústria marítima e logística”, ressalta Rodolphe Saadé, presidente e CEO do Grupo CMA CGM.

O fundo especial para energias investirá em projetos inovadores para garantir o fornecimento de energia renovável e explorar novas soluções e protótipos para atingir as ambiciosas metas de descarbonização de toda a organização CMA CGM.

O primeiro foco é apoiar o desenvolvimento e a produção de combustíveis renováveis.

O fundo foi designado para impulsionar a demanda de produção, em escala industrial, das instalações de biocombustíveis, biometano, e-metano, metanol sem carbono e outros combustíveis alternativos. O objetivo é aumentar e assegurar volumes de acordo com as necessidades do grupo, em parceria com outras grandes companhias experientes nessas tecnologias, fundos de investimento ou startups promissoras.

O fundo dá continuidade a projetos que já foram identificados e lançados. O Projeto Salamander produzirá 11 mil toneladas, por ano de biometano de segunda geração a partir de 2026, em parceria com a Engie. A meta é gerar 200 mil toneladas de gás renovável por ano até 2028, para atender às necessidades da CMA CGM e de toda indústria naval.

Um projeto de produção e liquefação de biometano, desenvolvido com a Titan, irá produzir cerca de 100 mil toneladas até 2025, com a possibilidade de duplicar a produção até 2027.

Como parceiro no projeto Jupiter 1000 em Fos-sur-Mer, comuna da França, o Grupo CMA CGM pretende continuar trabalhando com o consórcio sobre meios para produzir, em larga escala, e-metano com baixo teor de carbono para seus navios. Além de fornecer soluções para os desafios da descarbonização das redes de gás e na gestão de natureza intermitente de certas energias renováveis.

O segundo foco é acelerar a descarbonização de terminais portuários, armazéns e frotas de caminhões. O Grupo CMA CGM opera em mais de 700 armazéns e em cerca de 50 terminais portuários ao redor do mundo. A companhia está empenhada em permitir que essas instalações gerem eletricidade suficiente livre de carbono (eólica, solar, movido a biomassa, movido a hidrogênio) para se tornarem autossuficientes em energia.

Equipamentos portuários em uso serão eletrificados o mais rapidamente possível, de forma eficaz. A Ceva Logística, uma subsidiária da CMA CGM, pretende atender todas as suas necessidades de eletricidade através da geração de energia sem carbono até 2025. A subsidiária tem planos para instalar 1,8 milhão de metros quadrados de painéis fotovoltaicos e expandir o uso de iluminação LED.

Um plano de transição também será implementado para as frotas de caminhões, com foco especial na eletrificação dos caminhões de logística da Ceva.

O terceiro foco do grupo será promover o apoio, experimentação e lançamento de projetos na vanguarda da inovação.

Em fevereiro de 2020, o grupo uniu forças com o Energy Observer para fazer do hidrogênio uma das fontes de energia essenciais para o futuro. Com o projeto Energy Observer 2, os parceiros deram um novo passo à frente, trabalhando juntos em um protótipo de navio porta-contêineres intrarregional alimentado com hidrogênio líquido, projetado para atender as mais recentes normas técnicas e logísticas. O projeto está focado no desenvolvimento de aplicações práticas para esta nova tecnologia, permitindo uma navegação marítima livre de carbono em um navio de maior escala, particularmente desenvolvido para distâncias curtas.

O grupo também decidiu adquirir uma participação no Neoline, um protótipo de navio cargueiro movido a vela, o qual atenderá rotas transatlânticas até o final de 2024. A companhia também está apoiando o SeaOrbiter, um protótipo marinho de pesquisa e laboratório oceanográfico flutuante, projetado pelo arquiteto francês Jacques Rougerie, que está explorando os caminhos para a economia azul emergente.

O quarto foco do grupo será buscar a economia de energia e melhorar a eficiência energética, com foco em métodos de trabalho e mobilidade diária dos funcionários do CMA CGM.

Este quarto foco tem três objetivos principais. Um plano de gestão de energia para edifícios focado nos escritórios do grupo CMA CGM, que irá reduzir o uso de energia (investimento em isolamento, automação, renovação de energia) e diversificar a mistura de energia (painéis solares, circuito de água do mar). O segundo objetivo é encorajar e incentivar o uso de soluções de mobilidade ativa por parte dos funcionários, tanto para o deslocamento rotineiro como para viagens de negócios. Além disso, apostar em melhorias dos sistemas de trabalho virtual para evitar longos trajetos.

O terceiro objetivo é envolver os 150 mil funcionários do grupo por meio de uma abordagem ambiental holística, a qual recompensa as iniciativas inovadoras de proteção ambiental e eficiência energética.

O fundo será apoiado por um orçamento de US$ 1,5 bilhão de dólares e administrado, a partir de outubro, por uma equipe dedicada, reunindo alguns dos mais talentosos engenheiros especialistas em energia, analistas financeiros e gerentes de projetos do grupo. O resultado será uma organização interfuncional, atuando em todas as operações e divisões da companhia. Isso auxiliará na estratégia geral do grupo para desenvolver as soluções energéticas com baixo teor de carbono e acelerar sua implementação.

 

 

 

Fonte: Portos e Navios


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