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WEG vai investir R$ 141 milhões em fábrica na Europa

De olho no estratégico mercado europeu, a WEG anunciou investimento superior a R$ 141 milhões (€ 23,5 milhões) na construção de uma nova fábrica de motores elétricos na cidade de Santo Tirso, em Portugal, para aumentar sua capacidade produtiva.

Prevista para entrar em operação no início de 2024, a unidade terá 22.600 m2 no mesmo local onde a fabricante já possui uma operação de 16.300 m2, dedicada à fabricação de motores industriais de baixa tensão.

Com a nova unidade, a companhia catarinense pretende ampliar a produção de motores elétricos de grande porte e transferir sua fábrica localizada em Maia para Santo Tirso, centralizando todas as operações no mesmo lugar. A fábrica terá a produção focada para atender os países europeus, mas também vai exportar para Ásia e EUA.

O diretor superintendente da WEG Motores, Alberto Kuba, lembra que a internacionalização da divisão que ele chefia começou há 30 anos. O executivo traz a reflexão de que o setor elétrico brasileiro é conhecido pela internacionalização de empresas estrangeiras que colocam aqui seus investimentos. No caso da WEG, o caminho é outro: o de uma empresa brasileira que tem a meta expansionista de conquistar espaço no mundo com tecnologia nacional.

A presença na Europa é estratégica para a entrada de produtos de alta tecnologia de produção com aplicações em petróleo e gás, refinarias e petroquímicas, por exemplo. Nem sempre é possível produzir no Brasil e exportar pelas duras exigências europeias de certificação especial e barreiras de proteção que fomentam a produção local. Por isso a necessidade de expansão das atividades na região.

“Essa operação era uma fábrica que compramos e os negócios na Europa foram crescendo. Em 2015, a WEG investiu em um novo parque fabril chamado Santo Tirso I (…) e agora estamos dando mais um passo de investimentos que chamamos de ‘Segunda Fase Santo Tirso II’”, conta.

De baixo do guarda-chuva do executivo, a operação de motores industriais compreende dez unidades fabris espalhadas pelo mundo. Recentemente a empresa fez aportes na China, México e está investindo em outras duas unidades na Índia e Turquia. A próxima fronteira da companhia é a expansão no mercado ocidental europeu.

“Portugal é o próximo gargalo. Para atender o mercado europeu, que vem crescendo muito nos últimos anos com os investimentos de estímulo à economia, nossos negócios evoluíram muito e estamos tendo dificuldade de atender somente com a planta do Brasil”.

Além da expansão da capacidade produtiva, o investimento tem como objetivo a modernização das operações em Portugal. Também visa centralizar a produção de motores de média e alta tensão, à prova de explosão (área classificada), painéis elétricos e soluções de automação em uma única unidade.

A atuação no mercado exterior já supera as operações da matriz. Cerca de 75% da receita da divisão de motores industriais é fora do Brasil. A WEG tem operações industriais em 12 países e presença comercial em mais de 135 países. Em 2020, a companhia atingiu faturamento líquido de R$ 17,5 bilhões, destes 56% provenientes das vendas realizadas fora do Brasil.

A nova operação em Portugal terá linha de produção mais verticalizada com processos de usinagem, fabricação de rotor, bobinagem, montagem e laboratórios de ensaios elétricos dedicados.

Kuba afirma que a unidade fabril será ampliada com uma área de serviços de reforma, manutenção e pós-venda, abrindo uma frente de novos negócios. A forma de como será realizado o investimento ainda será definido, já que o projeto tem várias fases de desembolso.

“A visão da empresa é reforçar a nossa operação como um dos maiores fabricantes de motores de área classificada (…). Olhando os concorrentes europeus, nós estamos mais bem posicionados pois estamos em um local em que o custo de mão de obra e de transformação é menor”, diz.

O executivo tem ciência do processo inflacionário no mundo e da escalada de juros no Brasil, por isso considera que o aporte pode ser feito com recursos próprios. “Temos operações fora do Brasil que geram caixa. Vamos avaliar se usamos esse caixa das operações ou pegar dinheiro emprestado. A área financeira vai avaliar”, afirma.

 

 

 

Fonte: Valor

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