Vice-presidente defende investimento em hidrovias e portos na Amazônia
Segundo Mourão, o conselho teve, como primeiro passo, a análise de vulnerabilidades da região para, em seguida, começar a ter tarefas de proteção, preservação e desenvolvimento desse espaço. “Costumo dizer que falar ‘desenvolvimento sustentável’ para a região amazônica é um pleonasmo porque não há como falar de desenvolvimento nessa região sem que ele seja sustentável”, disse o ministro.
Na avaliação dele, as ações estratégicas implementadas têm por objetivo “melhorar o combate a ilegalidades; melhorar o sistema de monitoramento; e buscar financiamento para projetos de desenvolvimento e para a bioeconomia; além de recuperar a capacidade operacional de órgãos de fiscalização”.
Para tanto, acrescentou Mourão, é necessário mapear as cadeias de valor “que podem ser devidamente exploradas”. Ainda segundo o general, são necessários investimentos na infraestrutura da região, de forma a melhorar hidrovias e portos “para que as pessoas que vivem da floresta tenham melhores condições de entregar seus produtos”.
Mourão citou ainda a necessidade de estabelecimento de um “vetor de financiamento” para a região. “Precisamos casar projetos que exploram a biodiversidade da floresta e pessoas com capacidade de investir. Para isso, é importante que [investidores] entendam que há, ali, retorno a seus investimentos”, disse.
“A Amazônia abre um leque de oportunidades enorme. O potencial do ecoturismo também é fantástico. O que precisa é melhorar a infraestrutura para receber esses turistas. Precisa haver mais divulgação. A vocação é total para o turismo, mas precisamos de mais estrutura hoteleira”, disse.
O vice-presidente apontou também, como perspectiva futura para a economia da região, a exportação de água a países que vivem crises pela falta desse recurso natural.
Monitoramento das florestas
Ao lado de Mourão, o ministro de Meio Ambiente, Joaquim Leite, defendeu o pagamento a profissionais do turismo e produtores da região por serviços de monitoramento.
“Fui em Bel Terras, na Região do Tapajós, e vi empreendedores pagando pelo serviço de proteção e monitoramento da floresta ao extrativista que lhe entrega produtos. Precisamos garantir a floresta preservada por quem já preserva a floresta. São as pessoas que vivem na Amazônia as que protegem a Amazônia”, disse Leite.
Segundo ele, em algumas regiões, guias turísticos têm a renda reforçada pela prestação de serviços ambientais por monitorarem a floresta. “Qualquer crime que ele enxergue, avisa os órgãos de controle, e recebem por isso. Precisamos remunerar quem cuida de árvore. O maior desafio é fazermos arranjos setoriais com o setor privado para fazer esse tipo de monitoramento.”