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Usina de Biogás da Raízen entra em operação comercial

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) liberou, nesta quarta (12), a operação comercial de três turbinas de energia elétrica, totalizando 8.955 kW de capacidade instalada da planta. A unidade está localizada em Guariba (SP), junto à usina sucroenergética Bonfim, pertencente ao grupo Raízen. A iniciativa é uma joint venture da Raízen com a Geo Energética, anunciada em 2018, e será a primeira no mundo em escala comercial a utilizar a torta de filtro e vinhaça para geração de energia elétrica, subprodutos resultantes do processo de produção de etanol e açúcar.

Trata-se também do primeiro projeto a comercializar energia elétrica a partir do biogás em grande escala, num leilão regulado promovido pelo Governo Federal, utilizando subprodutos da cana-de-açúcar (torta de filtro e vinhaça). Em 2016, a Raízen comercializou energia do projeto da usina Biogás Bonfim no Leilão de Energia Nova A-5, com a venda de 96 mil MWh/ano para começar a entregar bioeletricidade a partir de 1º de janeiro de 2021, em um contrato de fornecimento a distribuidoras de energia que durará 25 anos.

De acordo com informações da Raízen, quando estiver em plena operação comercial, a unidade proporcionará uma produção de 138 mil MWh por ano, energia suficiente para atender, por exemplo, o município de Guariba e as cidades próximas, no interior paulista.

A unidade estava em operação de teste desde o início do mês passado. A regulamentação da ANEEL estabelece que, depois do sucesso da operação em teste, a usina deve obter autorização para entrar em operação comercial, quando o gerador está formalmente apto a produzir energia para atender aos compromissos mercantis ou para seu uso exclusivo. Segundo a Raízen, a planta Bonfim terá mais quatro unidades geradoras de energia elétrica que, ao serem testadas, deverão ser liberadas para operação comercial depois de avaliação pela ANEEL.

Oportunidade para estimular novos projetos em biogás

Para o Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), iniciativas como da Raízen servem para estimular investimentos no aproveitamento do biogás e do biometano no setor sucroenergético. “Temos que aproveitar a discussão atual em torno da modernização do setor elétrico para valorizar os atributos do biogás nos leilões regulados de energia elétrica. Trata-se de uma fonte renovável, com geração próxima dos centros consumidores, baixa pegada de carbono e de rápido acionamento, assim como as térmicas fósseis. O sistema elétrico brasileiro tem só a ganhar com projetos de biogás”, avalia Padua.

Em 2019, segundo levantamento da UNICA, a geração de energia elétrica para a rede utilizando o biogás na agroindústria foi de somente 18,5 mil MWh. “Apenas para dar dimensão de sua potencialidade, de acordo com o Centro de Pesquisa para Inovação em Gás, se todos os resíduos fossem aproveitados nas usinas sucroenergéticas do Estado de São Paulo, o potencial de geração de eletricidade com biogás atingiria quase 32 milhões de MWh. Por isso, a importância de estimular projetos como da termelétrica Biogás Bonfim e diminuir o hiato entre o potencial e o efetivo aproveitamento do biogás no setor”, comenta Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA.

 

 

Fonte: Assessoria

 

 

 

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