Relicitação da Malha Oeste será apenas no final de 2022
A solução para a ferrovia que corta a região de Araçatuba vai demorar. De acordo com informações do Governo Federal. A publicação do edital de relicitação da Malha Oeste, que vai de Mairinque (SP) até Corumbá (MS), será no quarto trimestre de 2022. O leilão vai demorar ainda mais. Ele está marcado apenas para o primeiro trimestre de 2023.
A linha está em total abandono. A antiga concessionária da Malha Oeste, a Rumo – que é um braço de logística do grupo de energia Cosan – devolveu o trecho para governo federal em julho.
Originária da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), a Malha Oeste tem 1.973 km e está sob controle da iniciativa privada desde julho de 1996. Em 2005, absorveu parte da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS) na cisão da Brasil Ferrovias, que a controlava desde janeiro de 1999. Toda a região, de Castilho a Bauru é cortada por esta via.
Em nota enviada à Folha da Região quando desistiu da administração do trecho, a Rumo afirmou que o processo de desistência se tratava de um processo amigável e amparado em lei. A empresa explicou que o plano de negócios da Companhia traz grandes desafios para os próximos anos, como os investimentos associados à recente aquisição da Ferrovia Norte Sul e a melhorias de acesso aos portos.
POLÍTICA
O destravamento da Malha Oeste aconteceu por pressão do governo do Estado do Mato Grosso do Sul, que fez uma força-tarefa para negociar com o Ministério dos Transportes.
“Reiteramos várias vezes com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para se chegar a uma solução que permitisse investir em melhorias na Malha Oeste. Primeiro passo foi tentar prorrogar a concessão da Rumo para que a empresa tivesse possibilidade de fazer novos investimentos. E isso só seria possível com a prorrogação, mas a proposta não andou. Em junho, depois de uma reunião que o governador e eu tivemos no Ministério da Integração, a Rumo optou por fazer a devolução da concessão, o que viabiliza a relicitação”, explicou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, em entrevista concedida ao jornal Correio do Estado (MS), publicada nesta sexta-feira (4).
Na ocasião, ele também comentou sobre o tempo que levará o processo de relicitação.
“Para nós é importante. É longe? Não é longe? Tem de fazer uma série de estudos? O importante é que nós temos aprovada a relicitação e temos o cronograma para isso acontecer. Essa é a notícia fundamental, isso permite que a gente faça uma série de planejamentos. Empresas que têm seus planejamentos já podem considerar em seus portfólios que elas terão, em um prazo de quatro ou cinco anos, a disponibilidade de uma ferrovia”, pontuou Verruck.
Ainda de acordo com ele, o governo do Estado do MS, em parceria com empresas privadas, desenvolveu uma série de estudos sobre a viabilidade da ferrovia. “Nós não temos dúvidas quanto a possibilidade de existência de investidores em decorrência do tamanho da demanda que nós temos”, acredita.
Fonte: Folha