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Primeira edição do Plano Indicativo de Terminais de GNL da EPE aponta 4 terminais prioritários

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresenta quatro projetos que, juntos, têm capacidade de regaseificação de 56 milhões de m³/dia. Os terminais descritos no plano situam-se em Itacoatiara (AM), São Luís (MA), Presidente Kennedy (ES) e Pontal do Paraná(PA), apresentando um investimento total de R$ 1,1 bilhão.
Com a supervisão de Heloísa Borges Esteves, Plano Indicativo de Terminais de GNL (Piter) inclui projetos de terminais de regaseificação de GNL com diferentes configurações .O estudo apresentado tem por objetivo ditar as principais vantagens competitivas destas infraestruturas. Além disso, abarca uma contextualizada atualização sobre o andamento dos principais projetos de terminais de GNL na costa brasileira.

Essa edição do PITER soma-se a outras pesquisas publicadas periodicamente pela Diretoria de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (DPG). Além desse, há o Plano Indicativo de Gasodutos de Transporte (PIG) e o Plano Indicativo de Processamento e Escoamento de Gás Natural (PIPE). Em conjunto, as medidas visam a garantia de um planejamento integrado, que permita ofertar soluções eficientes ao mercado de gás natural no Brasil.

Itacoatiara (AM)
O primeiro deles está localizado em um importante ponto comercial próximo a Manaus e com calado profundo no Rio Amazonas. O valor total de investimento estimado está na ordem de R$ 175 milhões.
O estudo aponta que a possibilidade de se construir um terminal de regaseificação de GNL poderia servir como um centro de distribuição de GNL em pequena escala. A operação estimula a concepção de projetos de maiores dimensões, como uma termelétrica nas proximidades do terminal. Constata-se ainda a possibilidade de desenvolvimento de um polo industrial na região. A motivação para tal seria a oferta de gás no município, ou até a ampliação da rede de distribuição da companhia distribuidora local (CDL).

A instalação do projeto do terminal seria nas imediações do Terminal de Uso Privado (TUP) da Terminais Fluviais do Brasil (TFB), construído pela Dislub Equador. Além de ser um terminal ancorado em um píer existente, contaria com um gasoduto de 500 metros instalado sobre o píer.

São Luís (MA)
O projeto selecionado na Região Nordeste fica localizado em São Luís (MA). A capital ainda não é abastecida por gás natural e apresenta bom potencial de demanda. O terminal proposto seria construído na área do Porto do Itaqui, que possui 2.156 metros de faixa acostável divididos em oito berços operacionais , três berços exclusivos para granéis líquidos; o calado máximo varia de 11,5 a 18,5 metros a depender do berço. O valor total de investimento está estimado em R$ 352 milhões.

A administração é da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). O futuro berço 94 será utilizado para atracação de um navio FSRU. Para o terminal de GNL foi proposto um novo píer de 1.900 metros ligando a FSRU à terra. O gás natural chegaria em terra por meio de um gasoduto integrante do terminal com 6.400 metros de extensão e 20 polegadas de diâmetro. O gasoduto teria 1.900 metros sobre o píer (duto aéreo) e 4.500 metros enterrados, atravessando majoritariamente a poligonal do porto.

Presidente Kennedy (ES)
A cidade localiza-se próxima à malha integrada com alguns projetos de chegada de gás do Pré-sal e interiorização do gás no país. Distante 150 quilômetros da capital Vitória, este estado desponta como uma das áreas centrais no mercado de gás natural brasileiro, conectando os mercados do Nordeste e do Sudeste. O terminal proposto estaria localizado na área do Porto Central/ES, porto privado.

Para o terminal proposto, seria desenvolvido um píer de 2.200 metros ligando a FRSU à terra. O gás natural chegaria até o ponto de conexão por um gasoduto de 5.600 metros de extensão e 20 polegadas de diâmetro. O gasoduto é composto por dois segmentos, sendo o primeiro um duto aéreo com 2.200 metros sobre o píer e o segundo um gasoduto enterrado com 3.400 metros.

Dadas as elevadas demandas e a possibilidade de consideráveis variações de consumo de gás por conta das termelétricas na região, analisou-se a possibilidade de inserção de uma tancagem adicional em terra. A obra seria para a construção na costa, em uma área já reservada no projeto do Porto Central, de um tanque com capacidade de 180.000 m³ de GNL. O esforço resultaria no equivalente a cerca de 105 milhões de m3 de gás regaseificado.
Inicialmente os custos do terminal sem tancagem foram estimados em R$ 291 milhões. Em seguida, foram estimados os custos para o terminal com tancagem, com valor total do investimento na ordem de R$ 2,7 bilhões. Trata-se de uma elevação de R$ 2,4 bilhões em relação ao projeto sem estocagem.

Pontal do Paraná (PA)
Possibilitando uma nova entrada de gás natural na malha integrada na Região Sul, o terminal selecionado localiza-se em Pontal do Paraná, no estado do Paraná, na entrada da Baía de Paranaguá. O terminal proposto estaria localizado offshore, utilizando configuração do tipo ilha, a ser construído a cerca de 2 quilômetros da costa, próximo ao bairro do Pontal do Sul e do complexo de engenharia da Techint no município. O valor total de investimentos é da ordem de R$ 275 milhões.

A operação vem a somar aos projetos já existentes para atender à região. Constata-se que a demanda a ser atendida por este terminal de GNL é não termelétrica, porém a adição de uma infraestrutura deste tipo na região pode motivar novos projetos termelétricos nas suas imediações. Para este terminal seria desenvolvido um píer offshore do tipo estaqueado padrão a 2.000 metros da costa. O GNL, uma vez regaseificado, chegaria à terra por meio de um gasoduto submarino, o qual ao aflorar na costa já terminaria em uma Estação de Transferência de Custódia, onde poderia ser conectado a um novo projeto.

Fonte: Portos e Navios

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