Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comércio Exterior da Hungria apresenta oportunidades de investimentos no país
Em uma demonstração clara de que as relações bilaterais entre Brasil e Hungria têm se fortalecido de forma vigorosa nos últimos dois anos, a Fiesp recebeu o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros e Comércio Exterior, Péter Szijjàrtoò, durante um Fórum Empresarial que reuniu empreendedores brasileiros interessados em fazer negócios no país europeu, nesta terça-feira (8/10). Do lado húngaro, estiveram presentes empresas dos setores químico, da tecnologia da informação e de saneamento básico e tratamento hídrico, entre vários outros.
Em 2018, a Hungria registrou corrente de comércio de US$ 239 bilhões com o mundo. Em relação ao comércio bilateral, o Brasil registrou déficit de US$ 248,9 milhões com o parceiro em 2018. As exportações brasileiras se concentraram em peles e couros (53%). Já o Brasil importou da Hungria principalmente máquinas e aparelhos mecânicos (24%) e automóveis (22%).
“Já houve visita de dez autoridades húngaras ao Brasil nos últimos dois anos e, evidentemente, as visitas do Eduardo Bolsonaro e do ministro das Relações Exteriores brasileiro aumentam essa visibilidade”, disse Welber Barral, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, referindo-se à viagem do filho do presidente brasileiro e de Ernesto Araújo à Hungria, em abril deste ano.
Segundo ele, iniciativas como a da Fiesp são importantes, sobretudo para incluir na agenda temas como o relacionamento bilateral e as oportunidades de negócios entre os dois países, pautas que também podem ser favorecidas pela orientação em comum compartilhadas pelos atuais governos brasileiro e húngaro. “Existe um alinhamento tanto na questão de imigração, quanto na questão de liberdade religiosa e de alinhamento político entre os dois governos, que abre oportunidades para empresários”, acrescentou o especialista.
Péter Szijjártó também destacou as similaridades existentes entre o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o presidente Bolsonaro, e aproveitou sua participação no Fórum Empresarial para revelar que Brasil e Hungria estão próximos de dar um segundo passo em direção ao fortalecimento de suas relações.
“Nossos líderes têm abordagens similares e enxergam a dinâmica global da mesma forma, assim como assuntos relacionados à imigração, segurança e economia”, constatou Szijjártó. “Estamos fechando acordos de cooperação nas áreas de alimentação, pesquisa aplicada à agricultura, e gestão de água”, revelou o ministro, que se orgulha dos bons números apresentados pela economia húngara, que passa por uma das melhores fases de sua história. “Temos um superávit comercial de 6 bilhões de euros e a maior taxa de crescimento (5%) da União Europeia”, lembrou o ministro.
Para a rodada de negócios, o consulado húngaro em São Paulo trouxe as empresas Organica Water, especializada na construção de estações de tratamento de água que usam raízes de plantas no processo de filtragem e garantem economia de energia de 30%; a Companhia de Águas de Budapeste, especialista na reparação de tubulações subterrâneas que dispensam perfurações no solo; e a Trinity Enviro Ltda, expert em soluções voltadas ao setor de água potável e cuidados para com os mananciais.
“Entendemos que vocês têm desafios nessa área [saneamento e tratamento de água] e nós desenvolvemos tecnologias, técnicas e boas práticas das quais vocês poderiam tirar vantagem”, ressaltou o ministro húngaro.
Durante o Fórum, empresas húngaras do setor de saneamento básico apresentaram seus cases, abordando questões como água de reúso, dessalinização, redução de perdas, irrigação, adaptação climática e redução de erosão.
Após o Fórum Empresarial, Péter Szijjártó participou de um encontro reservado com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e embarcou para Brasília, onde teria uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo.
Fonte: FIESP