Exportadores exigem US$ 3,8 bi dos bancos para taxas de câmbio
Os maiores exportadores do Brasil, incluindo Vale SA e Suzano SA, estão exigindo 19 bilhões de reais (US $ 3,77 bilhões) de uma série de bancos estrangeiros e nacionais em um processo acusando-os de manipular as taxas de câmbio, de acordo com documentos judiciais analisados pela Reuters.
A associação de exportadores AEB, que inicialmente abriu o processo em 2018 sem especificar os danos, disse que os exportadores brasileiros sofreram 107,4 bilhões de reais em perdas com a suposta manipulação de moedas por bancos entre 2010 e 2011. Os cálculos de compensação da AEB levaram em consideração que a associação representa 20% exportadores brasileiros.
Entre os bancos citados na ação estão Itaú Unibanco Holding SA, Banco Santander Brasil SA, HSBC cuja unidade brasileira foi adquirida pelo Banco Bradesco SAem 2016), Citigroup e BNP Paribas.
O Citi disse que sua conduta está de acordo com as regras. O Bradesco não quis comentar. O Santander afirmou que ainda não tem conhecimento da ação coletiva, enquanto o Itaú disse que contestará as acusações. Outros bancos não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A AEB ainda não conseguiu fazer cálculos para o período de 2008 a 2012, período completo que acredita que existiu um cartel para manipular as taxas de câmbio, disse o advogado da AEB Bruno Maggi.
A Petróleo Brasileiro SA fez denúncias semelhantes de manipulação em ação judicial ajuizada em abril separadamente da AEB, que representa 50 empresas.
O órgão antitruste brasileiro Cade também está investigando uma possível manipulação de moeda pelos bancos.
EXIGÊNCIA DOS EXPORTADORES
A compensação exigida pelos exportadores brasileiros é o mais recente desdobramento em um escândalo cambial global, que já rendeu bilhões de dólares em multas para bancos em todo o mundo. Alegações de manipulação generalizada no mercado de câmbio à vista foram relatadas pela primeira vez em 2013. leia mais
O jornal Valor Econômico noticiou pela primeira vez essa ação coletiva na terça-feira.
($ 1 = 5,0437 reais)
Fonte: O Petróleo