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Exportação de frutas pelo RN ainda corre risco, alerta empresário do setor

O diretor-presidente da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, maior exportador de melão do Brasil e com boa parte de sua produção em Mossoró, disse que o porto de Natal ainda corre riscos de deixar de exportar para a Europa caso volte a registrar um novo episódio como a recente apreensão de drogas dentro de contêineres de frutas.

Em fevereiro, operações da Receita e da Polícia Federal apreenderam mais de três toneladas de cocaína escondidas dentro de cargas refrigeradas para a Holanda, quase ao mesmo tempo que, naquele país, drogas já haviam sido flagradas como tendo sua origem no Rio Grande do Norte.

“Foi uma situação que comprometeu muito os exportadores potiguares”, lamentou Barcelos.

O empresário, que esteve em Natal na última quinta-feira para um encontro com o presidente da Companhia Docas do RN, Almirante Elis Treidler Öberg, aproveitou o programa Agora em Debate, do jornalista Roberto Guedes, exibido diariamente pela 97,9 FM, para criticar a falta de apoio da bancada parlamentar do RN na luta pela abertura de uma rota de exportação do melão potiguar para a China.

Segundo o exportador, esse processo que já se encontra em sua final de avaliação sanitária junto ao governo chinês, depende do cumprimento de uma reciprocidade, que seria a importação de um produto daquele país, que inicialmente seria a maçã, mas que por se tratar de uma fruta fortemente produzida no Brasil, foi trocada pela pera, produto mais importado.

“Só que apareceu outro problema. Como a análise fito sanitária da pera é idêntica à da maçã, os produtores de maçã do Sul ficaram temerosos que isso viesse a abrir as portas para os chineses também passassem a mandar a fruta em alta escala para cá”, afirmou Barcelos.

Desde então, segundo ele, produtores do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com apoio efetivo de suas bancadas parlamentares, passaram a bombardear a importação da pera chinesa, freando a entrada do melão potiguar para a China.

“Ainda bem que temos os nossos contatos em Brasília, mas sem dúvida seria muito melhor se a bancada potiguar demonstrasse o mesmo comprometimento da bancada gaúcha na abertura de um mercado tão importante como o melão”, queixou-se o produtor.

Sobre seu pleito para o Senado, retirado na reta final das eleições de 2018, José Roberto Barcelos disse que apenas adiou uma decisão política, mas poderá retornar a ela se entender importante para o setor. E acrescentou o seguinte comentário:

“Não gosto de ser chamado Rei do Melão, preferiria ser conhecido no RN como Rei do Emprego”, afirmou o empresário, referindo-se ao fato de absorver na Agrícola Famosa por safra mais de 9 mil colaboradores.

Fonte: TNH1

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