Dólar tem ligeira queda ante real após Fed e melhora de rating pela S&P
O dólar tinha leve queda ante o real nesta quinta-feira, rondando os 4,11 reais, pressionado pela decisão de política monetária do Fed e pela melhora da perspectiva da S&P para a nota de crédito soberano do Brasil.
Por volta de 10h33, o dólar à vista cedia 0,08%, a 4,1165 reais na venda. Depois de superar os 4,13 reais no início da sessão, a divisa norte-americana passou a cair, chegando aos 4,1036 reais na mínima intradia.
O contrato mais negociado de dólar futuro operava em queda de 0,21% na B3, a 4,1180 reais.
Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, destacou a sinalização do Federal Reserve, na véspera, como um dos fatores a manter o dólar em queda nesta sessão. O Fed manteve os juros e indicou que as taxas devem ficar paradas indefinidamente.
“Isso acabou tendo um efeito altista em bolsas e de baixa para o dólar”, disse. A percepção de postergação em altas de juros nos EUA melhora a atratividade de emergentes, como o Brasil, que poderia ser beneficiado com fluxos de investidores em busca de retornos.
Somam-se a esse cenário novos sinais de que a economia brasileira está ganhando tração. O volume do setor de serviços do Brasil começou o quarto trimestre com alta pela segunda vez seguida, no melhor resultado para outubro em sete anos e indicando recuperação, com fim de ano positivo, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira.
Citando chances de um crescimento mais forte ao longo dos próximos três anos, a agência de classificação de risco S&P melhorou na véspera a perspectiva para o “rating” soberano do Brasil de “estável” para “positiva”.
“A revisão da perspectiva da S&P, junto com o Fed, é baixista para o dólar, e isso deve prevalecer”, afirmou Machado.
No entanto, havia certa cautela nos mercados após o Banco Central reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual pela quarta vez consecutiva, a nova mínima histórica de 4,5%, sinalizando cautela em relação aos juros daqui para frente.
“O comunicado do comitê não se compromete com cortes adicionais na taxa de juros, mas também não os exclui”, disse em nota Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.
A queda da Selic neste ano a sucessivas mínimas históricas tem pressionado o real, uma vez que tem reduzido o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo. Isso torna as aplicações em renda fixa local menos atrativas, afetando a perspectiva de ingresso de capital ao Brasil em busca de retornos e, por tabela, impactando a oferta de dólares no país.
Neste pregão, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os 500 milhões de dólares em moeda spot ofertados.
Fonte: Reuters