CNI: faturamento da indústria cai pela primeira vez em sete meses
Emprego e uso da capacidade instalada continuaram a crescer. Pela primeira vez em sete meses, a indústria faturou menos. Segundo a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada hoje (18) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real do setor caiu 1,2% em novembro na comparação com outubro, descontando a inflação.
Em relação a novembro de 2019, o indicador, que registra o valor vendido pela indústria, cresceu 6,8%. No acumulado de janeiro a novembro de 2020, no entanto, o faturamento passou a recuar, registrando queda de 0,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Desde maio, o faturamento da indústria vinha crescendo, após registrar queda recorde em abril por causa do início da pandemia de covid-19. Apesar do recuo em novembro, a CNI informou que o setor passa por uma desaceleração e que o resultado de apenas um mês é insuficiente para indicar se o ciclo de crescimento acabou.
“Os indicadores mostram que a indústria continua crescendo, mas em um ritmo muito menor. Podemos dizer que isso era esperado. Houve uma recuperação muito rápida da pandemia e o nível de produção já está maior do que antes da crise. Praticamente voltamos ao início do ano passado, quando o crescimento não era muito elevado e ainda temos um nível de incerteza muito mais elevado”, destacou, em nota, o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.
Capacidade instalada
Outro indicador, a utilização da capacidade instalada (UCI), também recuou, de 80,1% em outubro para 79,9% em novembro. Assim como no caso do faturamento, essa foi a primeira retração desde maio. Apesar da queda, a CNI informou que a UCI continua acima do registrado em novembro de 2019 (78,3%).
A CNI informou que o recuo da utilização da capacidade instalada não indica fim do crescimento, mas desaceleração. “O recuo registrado em novembro não significa uma reversão do crescimento industrial, mas reforça a conclusão de redução do ritmo de crescimento”, escreveu a entidade em comunicado.
Fonte: Agência Brasil