Biodiesel: ministro espera elevação muito em breve da mistura para B11
O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que o governo e o setor privado constroem “as condições necessárias para a (elevação da) mistura” do biodiesel ao diesel, de 10% (B10) para 11% (B11), “muito em breve”. A elevação da mistura deveria ocorrer em junho, segundo um cronograma aprovado e validado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), mas a medida foi adiada até que testes adicionais de conformidade sejam feitos em motores de veículos. Os testes devem durar dois meses.
“Vamos ter o B11 muito em breve. Com o B11, teremos uma economia da ordem de R$ 1,3 bilhão por ano com a redução da importação de diesel. Substituição direta de importação por biodiesel nacional, a partir de matérias primas cultivadas no País e com geração de investimento, (geram) emprego e renda no Brasil”, disse o ministro em discurso na abertura da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), ontem, em Brasília (DF).
Dados divulgados por Albuquerque apontam que, considerando-se os preços atuais, o B11 poderá reduzir em R$ 0,03 o preço do diesel comercializado nos postos e gerar investimentos de R$ 700 milhões em investimentos de capacidade de produção e processamento de soja no período de 12 meses seguinte ao aumento da mistura. O Brasil produziu 5,3 bilhões de litros de biodiesel em 2018, alta de 25% sobre 2017. Segundo o ministro, o biocombustível é, na média nacional, R$ 0,32 mais barato por litro do que o diesel de petróleo e em locais do Centro-Oeste a diferença chega a R$ 0,45.
A FPBio reúne 234 deputados e senadores e tem como presidente o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS). A agenda prioritária da frente é a adoção imediata do B11, a efetivação do RenovaBio e dos créditos de descarbonização (CBIOs), e o fortalecimento da industrialização de grãos no País para agregar valor à cadeia de produção do biocombustível. Atualmente, o setor tem 50 indústrias autorizadas a produzir o biocombustível, que devem ofertar 6 bilhões de litros este ano, um novo recorde e alta de 13% sobre 2018.
O presidente do Conselho da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella, afirmou que o Brasil tem o potencial de ser protagonista global no mercado de biodiesel e lembrou que 17 representantes de embaixadas participaram do evento de ontem à noite na capital federal. “Isso mostra o quanto o biodiesel está sendo demandando pelo mundo. O Brasil tem grande oportunidade de liderar a ´OPEP Verde´ e, junto com Paraguai, Uruguai, Argentina, no Mercosul, pode ser o protagonista de um mercado que vai crescer muito”, relatou.
O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, destacou que o Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo e pode ocupar o primeiro posto. “Temos de pensar grande e agregar mais valor (ao produto)”, disse em referência ao processamento do grão para a produção do biodiesel. Já o presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioqueresene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, destacou as condições naturais da agricultura como um fator importante para a produção de biodiesel.
Fonte: Assessoria Broadcast Agro