Apicultor abandona exportações devido à burocracia

Dados da Abemel (Associação Brasileira dos Exportadores de Mel) apontam que o País tem feito um bom trabalho para enviar o produto para o exterior. Em 2017, últimos números divulgados pela entidade, calculam 27 mil toneladas enviadas e um faturamento de US$ 121,2 milhões. Evolução de 21,6% em volume no trimestre 2015-17.
Bem, apesar do crescimento, a burocracia ainda traz dor de cabeça aos apicultores que vislumbram ver seu mel em outros países. Jairo Guilhobel Siqueira é produtor e empresário em Ortigueira (Centro Oriental), com mil colmeias distribuídos em diversos apiários – entre terras próprias e arrendadas – com uma produção de 30 toneladas de mel por ano. Ele ainda comercializa sua produção na Casa do Mel. Em 2003, ele foi o primeiro da sua região inscrito no SIF (Serviço de Inspeção Federal) do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Entretanto, depois de tantos anos trabalhando com a exportação, Siqueira resolveu parar. Ele prefere não entrar em detalhes, mas cita como a burocracia acaba travando as exportações – que fez até meados do ano passado para Estados Unidos e Canadá. “Se não tiver exportação, acabou (a comercialização do mel), porque o consumo médio do brasileiro é muito baixo.”
Ele cita que, em relação a sua produção, não tem dificuldades para comercializar, afinal é a terceira geração da família que trabalha com apiários. “O problema é que tenho 400 apicultores filiados a mim que estão padecendo por conta da não exportação. Eu parei e essas pessoas estão se debatendo bastante. Quase faço uma obra social aqui na região, mas eu não posso morrer por isso. Tenho que pensar também na minha saúde, na minha vida particular, em harmonia com tudo isso.”
Fonte: Folha de Londrina