Expectativa é de retomar acordo de cotas de vendas aos EUA, diz presidente do Instituto Aço Brasil
A uma semana da data para os Estados Unidos efetivarem a sobretaxa no aço importado, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, diz esperar que o País consiga recompor o acordo de cotas de exportação fechado em 2018 com os americanos, na primeira gestão de Donald Trump.
A expectativa gira em torno da conversa que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, terá com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. É esperado que o contato entre os dois aconteça ainda nesta semana.
Ontem, Trump reforçou seu plano de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio que chegam de fora aos Estados Unidos. Aqui, por sua vez, o setor siderúrgico aposta na função estratégica que o aço brasileiro exportado exerce na indústria americana para manter o acordo de 2018. Por ele, o Brasil pode exportar anualmente 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 687 mil toneladas de laminados aos EUA – arranjo que evitou a sobretaxa anunciada pelo republicano em seu primeiro mandato.
É sobre o aço semiacabado que as atenções do mercado interno se voltam especialmente. No ano passado, das 5,6 milhões de toneladas de placas de aço importadas pelos Estados Unidos, 3,4 milhões de toneladas foram do Brasil. Como o produto é usado pela indústria americana e, portanto, complementar à produção de lá, o setor acredita que a gestão Trump irá reconhecer a importância econômica de manter o acordo fechado há praticamente oito anos.
A velocidade das negociações de alto nível com os Estados Unidos foi impactada porque apenas recentemente os indicados do republicano para a área de comércio foram confirmados pelo Senado americano. Entre os principais nomes estão Lutnick, com quem o vice-presidente conversará, e Jamieson Greer, escolhido como representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR).