Companhias brasileiras firmam compromissos com chineses em missão empresarial da Fiesp
A missão de prospecção de negócios organizada pela Fiesp à China foi encerrada em novembro com um saldo além do esperado. Durante uma rodada de negócios com o Bank of China, no contexto da China International Import Expo (CIIE), as empresas brasileiras Cory, YBI, Luxon, Bein Global e Lecex deram o primeiro passo para iniciar as exportações para o gigante asiático. As companhias do nicho de alimentos e bebidas assinaram junto a empresas e instituições chinesas o que os orientais chamam de cartas de intenção, documentos que representam o compromisso dos envolvidos em dar sequência às negociações de importação e exportação de bens e produtos. A iniciativa beneficia não apenas os brasileiros, mas também a própria China, que em 2018 anunciou a meta de importar US$ 40 trilhões em bens e serviços nos próximos 15 anos.
A CIIE é parte fundamental desse audacioso plano. Iniciativa direta do governo para promover as exportações de produtos estrangeiros na China, a segunda edição da CIIE terminou em 10 de novembro com US$ 71,13 bilhões em acordos provisórios alcançados para compras de um ano de bens e serviços, o que representa aumento de 23% em comparação à primeira edição, realizada em 2018. No total, mais de 1 milhão de visitantes passaram pelos nove pavilhões de 300.000 m² e mais de 400 novos produtos foram expostos durante os cinco dias de feira.
A própria Fiesp apoiou a organização de um pavilhão brasileiro, onde as empresas Sabor das Índias (molhos de pimenta), Café Labareda (café), Tropdan (produtos à base de banana), YBI (matérias-primas vegetais), FUGO Food (café, sucos, vinhos e achocolatados), Novo Mel (Mel), Cory (Balas e doces) e Skyline (Café) expuseram seus produtos.
As outras 14 empresas que participaram da delegação liderada pela Fiesp – no âmbito da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN) e do convênio com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) -, mas não puderam deixar amostras de seus artigos na CIEE tiveram a oportunidade de prospectar novos negócios durante os outros quatro dias da missão, que contemplaram seminários com especialistas no mercado chinês, encontros de networking com empresas chinesas e visitas a supermercados e grandes polos de tecnologia.
Em seu primeiro dia de viagem, os empresários brasileiros participaram de uma reunião com o chefe do setor de promoção comercial de Shanghai, representantes do Branco do Brasil na cidade e o Bank of China e assistiram a uma apresentação sobre as potencialidades do comércio eletrônico como plataforma de acesso ao mercado chinês.
Os pontos altos do segundo dia foram as visitas aos escritórios do Grupo Alibaba e da Lian Lian Pay, na cidade de Hangzhou, conhecida mundialmente como o Vale do Silício chinês por conceber e abrigar as maiores empresas de tecnologia da China.
As visitas continuaram no dia seguinte, com paradas no Hema Supermarket (Grupo Alibaba), referência na combinação dos universos online e offline e no uso do big data para o estreitamento do relacionamento com o cliente, no RTMART (Taiwan Group), hipermercado focado em produtos locais, e nas redes de produtos gourmets CityShop e City’s Super. Nos estabelecimentos, os empreendedores puderam comparar preços, conhecer os concorrentes e avaliar os modelos de embalagem usados pelos chineses, grandes vilãs dos produtos brasileiros em virtude de sua qualidade e praticidade e de seu forte apelo visual.
O último dia de missão foi dedicado às visitações à Free Trade Zone, “vitrine” de bebidas alcoólicas estrangeiras para os compradores chineses, e ao Hongqiao Commodity Exhibition Trading Center, complexo onde ficam expostos por 365 dias os produtos exibidos na CIIE.
Por que exportar para a China?
Entre 2013 e 2017, a China foi uma das economias que mais cresceram no mundo, com uma taxa média superior a 7% ao ano no período. Os números do comércio bilateral entre China e Brasil também são positivos. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2018, a participação chinesa na corrente de comércio brasileira foi de 23,5%. Naquele mesmo ano, 27% das exportações brasileiras foram destinadas ao parceiro, o que correspondeu a cerca de US$ 64,3 bilhões.
À medida em que a China se torna mais integrada ao mundo, a demanda por produtos ocidentais aumenta, gerando oportunidades para a exportação de bens de consumo não duráveis, artigos de moda e alimentos processados. Empresas, cujos alimentos e bebidas possuem forte relação com o conceito de brasilidade, identidade e matéria-prima nacional podem se beneficiar desse novo cenário, em que o Brasil é visto como um potencial fornecedor de produtos naturais e de qualidade. Essa nova visão de mundo apresentada pelo governo se deve, em grande parte, ao trabalho que a Fiesp realiza.
A entidade vem abrindo várias frentes para os produtos e as empresas brasileiras nos últimos anos, por meio de um trabalho de liderança realizado junto com representações locais do mundo inteiro, reuniões institucionais realizadas com autoridades estrangeiras e uma agenda robusta de eventos, que está à disposição do público de forma gratuita.
Ao longo de 2019, o Derex realizou, entre outros eventos, duas edições do seminário Serviços Financeiros Brasil-China (https://www.fiesp.com.br/noticias/cinco-maiores-bancos-da-china-apresentam-oportunidades-de-financiamento-na-fiesp/) a fim de apresentar os bancos chineses como alternativa de subsídio e outros serviços financeiros, e o seminário Go Asia, focado na promoção de iniciativas comerciais entre o Brasil e países do sudeste asiático, como Filipinas, Tailândia, Vietnã, Singapura e Taiwan.
Fonte: FIESP