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Ministra diz que negociações de acordo Brasil-EUA vão levar país para outro patamar

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou que o início das negociações de um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos mostra que o país está se abrindo para o mundo e caminhando para posições mais expressivas no mercado mundial.

“Assim como nós acabamos de fazer o acordo Mercosul-União Europeia [em junho], eles [norte-americanos] vieram aqui mostrando interesse em acordo com o bloco, mas esse acordo não é Brasil, é Mercosul e Estados Unidos. Nós estamos em um bloco e tratou-se de vários assuntos, inclusive da agropecuária, o que é muito bom que mostra que o Brasil agora está caminhando para patamares que ele nunca deveria ter deixado de estar”, disse a ministra após a abertura do Fórum de Modelos Financeiros para o Agronegócio, em Bebedouro (SP).

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, iniciaram ontem (31) as negociações para um acordo comercial entre os dois países. Ross também reuniu-se no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro. O secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, explicou que como o Brasil faz parte de uma união aduaneira, no caso o Mercosul, as negociações sobre tarifas deverão ter a participação dos demais países do bloco.

“Acho que o Brasil mostra o potencial, um país de dimensão gigantesca com uma potência no agronegócio, uma potência ambiental e com uma população para consumir produtos do mundo inteiro e mais barato. Eu acho que agora essa abertura vai levar o Brasil para um outro patamar e levar o nosso comércio, o nosso serviço e a nossa produção de maneira geral para outro patamar”, acrescentou Tereza Cristina.

O fórum ocorre paralelamente à 20ª Feira de Agronegócios Coopercitrus (Feacoop), que termina hoje. Com mais de 35 mil associados, a Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais é uma das maiores cooperativas do país na comercialização de insumos, máquinas e implementos agrícolas. São 60 filiais distribuídas por municípios de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

O presidente do conselho da feira, José Vicente da Silva, ressaltou que a Coopercitrus e o governo federal partilham de uma mesma preocupação: oferecer alternativas de crédito para pequenos e médios produtores para que “possam trabalhar com sustentabilidade no campo”.

O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, afirmou que é uma “obrigação” fornecer aos pequenos e médios “o nível de excelência dos grandes do agronegócio”. “A cooperativa é essa ponte para este futuro. Tecnologia deve ser inclusiva. Coopercitrus faz esse trabalho com apoio de financiamentos dos bancos, que estão hoje aqui”.

O representante do Rabobank citou que, pela primeira vez, foi firmado um fundo de investimento com a cooperativa no valor de R$ 300 milhões, pelo período de três anos.

Já o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) defendeu recursos bancários adicionais para o setor agropecuário, aumento do seguro rural e debêntures incentivadas. “Não vai ter mais Plano Safra, queremos planos plurianuais”, afirmou. A medida já foi defendida pela ministra em ocasiões anteriores.

A ministra Tereza Cristina destacou que é necessário cada vez mais novas linhas de crédito para os produtores rurais. “Nós temos que achar um caminho novo para o crédito rural. Nós temos que sair dessa história de ficar esperando o governo. Não é possível que nossa atividade não possa achar alternativas e que as instituições financeiras não possam acreditar no agronegócio”, disse, acrescentando que o produtor rural deve ter linha de crédito customizada o ano inteiro.

A ministra também conheceu projeto da Coopercitrus – apresentado pelo presidente da feira, Fernando Degobbi – que usa drones para mapear pragas nas lavouras e aplicação de defensivos somente em locais mapeados.

Participaram do evento o secretário-executivo Marcos Montes; o secretário de Política Agrícola, Eduardo Sampaio; o assessor especial Aroldo Ferreira Corrêa; o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas; o prefeito de Bebedouro, Fernando Galvão; o deputado federal Geninho Zuliani (DEM-SP), além de autoridades locais, representantes de cooperativas, do setor agrícola e de bancos.

Fonte: MAPA

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