900 mil garrafas de vinho proibidas de sair de porto em Vila Velha
Uma carga de R$ 24 milhões em garrafas de vinho está proibida de deixar o Cais de Capuaba, em Vila Velha. As 900 mil garrafas de bebida que vieram da França, Itália, Portugal, Chile e outros países, estão divididas em 100 contêineres que estão armazenados no porto. De acordo com Marcilio Rodrigues Machado, presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo (Sindiex), os produtos estão proibidos de deixar o porto porque o Ministério da Agricultura ainda não fez a liberação dos produtos.
“O Ministério tem pedido um prazo de 30 dias para fazer a liberação dos produtos importados, mas isso é muito tempo. Veja a questão dos vinhos, por exemplo. As empresas se programam para que os produtos cheguem em maio, para fazer a distribuição e venda em junho, julho e agosto, que são os meses de alta temporada. Ao atrasar, a liberação, atrasa todo o processo”, comenta Marcilio.
“Isso é ICMS que fica parado. Se não atendermos esse mercado agora, vamos ficar sem vender. E o Espírito Santo é um grande importador de vinhos”, completa o presidente do Sindiex. Parte da carga de vinho parada no porto deve ir para restaurantes de dentro e de fora do Estado, além de empresas varejistas e atacadistas voltadas para o comércio de vinhos.
Além das vendas que deixam de ser feitas, também existe a questão do armazenamento. “A cada 10 dias, é cobrado 0,2% do valor da carga. Se chegar a 30 dias, e somarmos o ISS, vai para 1% da carga, o que é um valor considerável”, avalia Marcilio.
O presidente do Sindiex comenta ainda que o mesmo problema acontece com todos os produtos que dependam de liberação do Ministério da Agricultura. “Leite em pó e bacalhau da Noruega, por exemplo, também costumam demorar para serem liberados. Já existem um número baixo de funcionários, além disso, muitos procedimentos são feitos duas, três vezes. Isso atrasa muito”, acrescenta.
Procurado no início da noite para comentar o caso, o Ministério da Agricultura informou que o expediente já havia encerrado e que não poderia comentar o assunto. Já a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) informou que não é responsável pela liberação de mercadorias.
Fonte: A Gazeta