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Países em desenvolvimento necessitam de mais ferramentas para crises cambiais, diz BIS

Os países de mercados emergentes precisam expandir seu leque de ferramentas para combater a crise cambial e se prepararem para adotar o tipo de estratégia de impressão de dinheiro usada nos Estados Unidos, Europa e Japão, mostrou o texto do discurso do chefe do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).

Agustín Carstens, que lidera o influente grupo de bancos centrais, vai afirmar que a vulnerabilidade dos países mais pobres à volatilidade cambial agora está sendo agravada pelos grandes estoques de dinheiro em movimento internacionalmente que buscam suas altas taxas de juros.

De acordo com seu discurso, Carstens deve dizer que, embora os países tenham sido mais ativos nos últimos anos na intervenção cambial e tenham introduzido outras formas de combater as oscilações, é provável que, em geral, sejam necessárias mais medidas.

“No futuro, os bancos centrais das economias emergentes precisarão desenvolver mais seu leque de ferramentas para lidar com os desafios das oscilações da taxa de câmbio e do fluxo cambial”, afirma Carsterns em seu texto para discurso na London School of Economics.

Como parte disso, os bancos centrais dos países em desenvolvimento podem precisar considerar o uso de compra ou troca de ativos de maneira similar ao que foi usado pelo Federal Reserve, pelo Banco Central Europeu e outras partes da Europa e no Japão na última década.

“Os bancos centrais dos emergentes precisam incorporar flexibilidade suficiente e horizontes suficientemente longos na interpretação de seus mandatos de estabilidade de preços”, mostrou o discurso de Carsterns.

“Dessa forma, os riscos de longo prazo para a estabilidade de preços causados por desequilíbrios financeiros movidos pela taxa de câmbio podem ser incorporados ao processo de tomada de decisão e o ativismo de curto prazo será evitado”.

Carsterns deve alertar também sobre as políticas de taxa de câmbio que envolvem a tentativa dos países de desvalorizar suas moedas para ajudar na competitividade comercial.

“Essa acusação é dura, especialmente no atual clima da economia política”, disse o ex-presidente do banco central do México.

“Não tenho uma resposta fácil aqui, exceto para dizer que este é um problema que afeta algumas economias avançadas, bem como as economias de mercado emergentes.”

Fonte: Reuters

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