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Postado em 23 de junho de 2019 | 19:03

Associação Comercial prepara novo convênio com a Argentina

A Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) prepara mais um convênio internacional, desta vez com a a entidade autônoma do Porto de Ibicuy, na Argentina, a fim de estabelecer uma saída viável para a exportação dos produtos de Mato Grosso do Sul e de outros Estados da região Centro-Oeste. O presidente da ACICG, João Carlos Polidoro, o economista-chefe, Normann Kalmus, a tesoureira, Maria Vilma Ribeiro Rotta, e o emissário da entidade na Argentina, Dario Guerrieri estiveram no país vizinho para discutir detalhes da parceria.

O convênio é o resultado de uma longa negociação que a Associação Comercial vem desenvolvendo, e que estabeleceu contatos nos níveis federal e provincial da Argentina. “Trata-se de estabelecer uma saída viável para a exportação dos produtos da região Centro-Oeste. O convênio com a entidade autônoma do Porto de Ibicuy, que foi oficialmente comunicado à Secretaria Nacional de Comércio Exterior nesta mesma viagem, tem dois aspectos centrais: a operação do porto para mercadorias originárias de nossa região, e a cessão de uma área de retroporto na qual poderão ser armazenados exclusivamente produtos direcionados pela ACICG”, explica o economista-chefe, Normann Kalmus.

Além do presidente da autoridade portuária, também o governo da província de Entre Ríos se fez presente na reunião de planejamento, e colabora para a expansão das atividades naquele porto, que já foi utilizado pela empresa Vale do Rio Doce, mas que estava paralizado há mais de 8 anos.

“Para resumir, trata-se de possibilitar que uma mercadoria seja exportada a partir de Campo Grande, enviada a Corumbá por rodovia ou trem, de lá, embarcada em comboios de barcaças a granel ou containers e, daí, embarcadas diretamente em navios marítimos de categoria Panamax, com capacidade de carga de 44 mil toneladas, para qualquer porto do mundo. Da mesma forma, haverá a possibilidade de importação utilizando a logística reversa”, complementa Kalmus.

O presidente da Associação Comercial, João Carlos Polidoro disse que o convênio representa uma facilitação enorme do processo de importação e exportação, uma vez que possibilita que as operações de nacionalização e de saída de mercadorias sejam feitas em Campo Grande, onde temos um porto seco com grande ociosidade. “Haverá uma enorme redução dos custos de logística por conta da utilização de modais alternativos como ferrovia e hidrovia. As reduções de custos logísticos, aliadas à redução da burocracia e tempos de despacho aduaneiro trarão mais competitividade ao mercado local, além do desenvolvimento de um novo segmento de mercado, da operação logística, que é praticamente inexistente. Com isso, se ampliam os interesses em novos investimentos na cidade e no Estado”.

Polidoro lembra ainda que essa logística pode alavancar a arrecadação do Estado, pois, as mercadorias que passarem a ser nacionalizadas no Mato Grosso do Sul terão seus impostos recolhidos localmente, evitando um vazamento de PIB, que hoje ocorre quando essa nacionalização é feita em outros estados.

A operação deve entrar prática nos próximos meses. “Agora que temos assinados os documentos, o início das operações deverá ocorrer em breve, já que não dependemos de nenhum investimento adicional. Como ainda se trata de uma operação inexistente, esperamos que em 3 ou 4 meses as empresas locais já comecem a utilizar essa nova opção logística”, revela Kalmus.

Na oportunidade, a comitiva da Associação Comercial se reuniu também com a Ministra Marisa Bircher, Secretária de Comércio Exterior do Ministério de Produção e Trabalho da Nação Argentina e sua equipe. “Como encarregado pelo desenvolvimento da economia Argentina, o Ministério reconhece a importância da promoção do comércio regional e foi informado por nossa delegação acerca da proposta de trabalho da ACICG, que pretende promover a internacionalização do mercado local, estabelecendo Campo Grande como o “hub” de distribuição de produtos argentinos no Brasil, bem com de produtos exportados da região centro-oeste”, comenta o economista-chefe.

Este não é o primeiro convênio internacional estabelecido pela Associação Comercial, a fim de agilizar as rotas de importação e exportação no Estado. Em 2018 a entidade também assinou um convênio com o Porto de Barranqueras, que é essencial como hub de distribuição para portos do Pacífico, além da região do NOA (noroeste da Argentina). A dinamização desse comércio, no entanto, depende de uma oferta de produtos da região ou de conexão com a ferrovia que conecta a província de Salta, na Argentina, a Antofagasta, no norte do Chile.

“Alguns produtos da região, como sal mineral e vinhos, além dos hortifrútis, têm imenso potencial para importação pelas empresas do estado mas, como não existe ainda uma tradição de comercialização internacional por nossas empresas, não temos ainda embarques regulares. Ainda assim, já temos processos adiantados e com viabilidade técnica e econômica já comprovadas para produtos como farinha de trigo, vinho e sal, que deverão ser efetivados em breve”, conta Normann Kalmus.

O protagonismo que a ACICG vem exercendo na busca por alternativas concretas para melhorar o ambiente de negócio local, tem trazido novas possibilidades para seus associados e para o mercado em geral. “Temos diversas negociações em curso com setores públicos e privados de diferentes países para continuar com esse processo. As parcerias que estão sendo desenvolvidas possibilitarão ao estado de MS a assumir sua posição estratégica”, finaliza o economista-chefe.

Fonte: A Crítica


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