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Venda cai, mas árabes são 2º destino de alimentos do Brasil

No total, os embarques de alimentos e bebidas do Brasil ao exterior tiveram aumento de 11,4% no ano, frente à 2019. Apesar da queda, árabes são o segundo principal bloco comprador dos produtos brasileiros. Os embarques da indústria brasileira de alimentos e bebidas aos países árabes tiveram queda de 8,7% em 2020 frente a 2019. O bloco movimentou US$ 6,19 bilhões no ano passado. Apesar da queda, os árabes seguem como o segundo principal mercado comprador do setor do Brasil, atrás apenas da Ásia. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (24) pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).

Entre as nações que compram mais da indústria brasileira, a Arábia Saudita e Emirados Árabes aparecem no ranking em 6ª e 8ª posição. “Existe um foco importante na Ásia e nos países árabes, onde temos parceria de décadas e onde há uma economia muito profícua e complementar, e temos bastante oportunidade ainda”, afirmou Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da Abia, em coletiva de imprensa.

No total, o setor expandiu em 11,4% as exportações em 2020 em comparação com o ano anterior, totalizando US$ 38,2 bilhões. Esse resultado representa uma participação de 25% nas vendas totais do setor em 2020. Em 2019, essa representatividade era de 19,2%.

Para João Dornellas, presidente executivo da Abia, além de mercados promissores como o dos países árabes, o País deve se voltar cada vez mais para as exportações. “O Brasil deve pensar não em ser o celeiro, mas sim em ser o supermercado do mundo. Nós temos toda capacidade e tecnologia para isso, para gerar empregos e negócios e exportar produtos industrializados”, afirmou Dornellas na coletiva.

O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo. O destaque para o aumento das vendas ao exterior foi a acentuada desvalorização do real. Também contaram para isso a demanda por importações de alimentos na Ásia, principalmente da China. Na liderança das compras de produtos brasileiros está a China, com US$ 8,2 bilhões, Hong Kong, somando US$ 1,9 bilhão, e a Holanda com US$1,7 bilhão.

Mercado interno

As vendas do mercado interno apresentaram ligeira queda de 0,85% nas vendas reais. O total soma varejo e food service, setor dos serviços de alimentação preparada fora do lar. Este último foi profundamente impactado pela pandemia, com recuou 24,3% em 2020, enquanto o mercado varejista cresceu 16,2%.

O faturamento da indústria no ano passado registrou crescimento de 12,8% em relação a 2019, atingindo R$ 789,2 bilhões. O número soma exportações e vendas para o mercado interno. Esse resultado representa 10,5% do PIB nacional, segundo pesquisa conjuntural da Abia.

Frente a alta nos preços dos alimentos no Brasil, a entidade lembrou que o movimento se deveu também a investimentos feitos pelo setor para enfrentar a pandemia. A indústria, que permaneceu como serviço essencial, adotou protocolos extras de saúde, o que incluiu o uso de EPIs adicionais, a distribuição da produção em mais turnos.

Em um cenário de recuperação econômica gradual e onde o Brasil vacine sua população a ponto de atingir a imunidade de rebanho contra a covid-19, a estimativa da Abia é de crescimento acima de 3% das vendas reais em 2021. “Em relação à reforma tributária, é imperativo que o Brasil tenha um sistema tributário mais simples e que não onere o consumidor naquilo que é básico para qualquer cidadão: a sua alimentação”, ressaltou Dornellas, em nota. Para o setor, um dos pontos mais importantes é a manutenção da isenção de tributos para os produtos da cesta básica.

Fonte: ANBA

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