Vale anuncia sete acordos na China para fortalecer sua agenda estratégica e seu relacionamento com o país
Acordos envolvem soluções de descarbonização, além de cooperação em pesquisa financeira, técnica e econômica.
A Vale anunciou a assinatura de sete acordos com diferentes parceiros chineses para reforçar sua agenda estratégica e estreitar seu relacionamento com a China. O anúncio foi feito durante o Seminário Empresarial Brasil-China, realizado por autoridades brasileiras e chinesas em Pequim, que contou com a presença do vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Externos da Vale, Alexandre Silva D’Ambrosio.
Os sete acordos incluem um Acordo de Investimento do Projeto para o projeto Morowali, na Indonésia; dois acordos para apoiar a agenda de descarbonização da empresa em parceria com um cliente chinês e um fornecedor chinês, respectivamente; dois MoUs de cooperação estratégica abrangentes assinados com os principais bancos chineses; e mais dois acordos para fortalecer a cooperação com universidades chinesas.
Esses acordos ocorrem em um momento em que a Vale comemora 50 anos desde seu primeiro embarque de minério de ferro para a China em 1973.
“Como parceira da China há 50 anos e fornecedora confiável de matérias-primas para a indústria siderúrgica chinesa, a Vale tem um compromisso de longo prazo com o mercado chinês”, afirma Alexandre Silva D’Ambrosio. “Continuaremos a oferecer produtos de minério de ferro de alta qualidade ao país para apoiar o desenvolvimento contínuo de sua economia e aprofundar ainda mais nossa parceria estratégica em mineração sustentável e soluções de baixo carbono”.
Acordo de Investimento do Projeto para a Indonésia
A subsidiária da Vale na Indonésia (PT Vale Indonésia), juntamente com a Taiyuan Iron & Steel Co. Ltd. (Tisco) e a Shangdong Xinhai Technology Co. Planta de processamento de ferroníquel Electric Furnace (RKEF) com uma produção anual mínima de 73.000 toneladas métricas de níquel e outras instalações de apoio no distrito de Morowali, Indonésia. O projeto utilizará energia movida a gás para fornecer eletricidade e está previsto para ser um projeto verde e de baixo carbono. A Tisco é uma produtora de aço inoxidável de renome mundial na maior empresa siderúrgica estatal da China, Baowu.
O projeto Morowali, anteriormente conhecido como Bahodopi, foi aprovado pelo Conselho de Administração da Vale em julho de 2022 e tem previsão de entrada em operação em 2025.
Biochar desenvolvimento
A Vale anunciou a assinatura de um acordo de cooperação com a Baoshan Iron & Steel Co., subsidiária da China Baowu, para o desenvolvimento e aplicação de biocarvão na indústria siderúrgica. Produzido a partir de biomassa, o biochar está sendo considerado um substituto do carvão no processo siderúrgico, com potencial para reduzir as emissões de carbono na produção de aço.
Embora ainda não haja casos de aplicação industrial de biocarvão em siderúrgicas na China, o setor considera a energia da biomassa como uma rota técnica estratégica para a metalurgia de baixo carbono.
Para a Vale, é fundamental estar envolvida no desenvolvimento dessa tecnologia, que contribuirá para sua meta de reduzir em 15% as emissões de escopo 3 até 2035.
Motoniveladora de emissão zero
A Vale também anunciou um MoU com a XCMG, o maior grupo de empresas da China na indústria de maquinário de construção, para co-desenvolver a primeira motoniveladora de emissão zero do mundo para atividades de mineração. O equipamento, usado para nivelar acessos a minas, será testado em minas nos estados de Minas Gerais e Pará, no Brasil. Caso seja aprovado após os testes, a Vale pretende adquirir diversos modelos nos próximos anos. Hoje, a empresa possui uma frota de 90 motoniveladoras.
Atualmente, a Vale está testando dois caminhões fora-de-estrada elétricos fabricados pela XCMG, ambos com capacidade de 72t – um em Minas Gerais, Brasil, e outro na Indonésia.
A substituição de equipamentos movidos a combustível por modelos elétricos ou de baixa emissão é fundamental para que a Vale atinja sua meta de reduzir em 33% suas emissões de escopos 1 e 2 até 2030.
Cooperação financeira
A Vale assinou Memorandos de Entendimento (MoUs) plurianuais com o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) e com o Banco da China (BOC), respectivamente. Os MoUs são concebidos para apoiar o desenvolvimento de negócios da Vale e fortalecer as parcerias entre a Vale e os dois principais bancos chineses.
De acordo com os MoUs, os dois bancos chineses pretendem fornecer suporte de crédito à Vale por meio de linhas de crédito, financiamento de projetos, financiamento comercial, financiamento de ativos, garantias bancárias, entre outros.
A Vale e os dois bancos também pretendem aprofundar ainda mais sua colaboração no combate às mudanças climáticas, incluindo finanças verdes, energia renovável e outras oportunidades que surgem com a transição energética.
cooperação técnica
A Vale também anunciou que assinou um acordo de cooperação com a Central South University (CSU) para fortalecer sua cooperação técnica. Este acordo segue a assinatura do contrato de doação entre a Vale e a CSU anunciado em fevereiro deste ano. Pelo acordo de doação, a Vale doará US$ 5,81 milhões para apoiar a CSU no estabelecimento de um novo laboratório ocupando uma área total de cerca de 3.000 metros quadrados para metalurgia de baixo carbono e hidrogênio.
Pelo novo acordo de cooperação, a Vale fortalecerá a cooperação técnica com a CSU em vários aspectos, como pesquisa em sinterização e pelotização de baixo carbono, siderurgia de alta eficiência e aproveitamento de H2.
Cooperação em pesquisa econômica
A Vale e a Universidade de Tsinghua assinaram um acordo de parceria de quatro anos, segundo o qual a Vale continuará a apoiar o Centro Acadêmico de Prática e Pensamento Econômico Chinês (“ACCEPT”) da Universidade de Tsinghua no aprofundamento da compreensão da prática e pensamento econômico da China e da disciplina de Governo e Economia de Mercado. A parceria entre a Vale e a ACCEPT teve início em abril de 2019.
Fundada pelo professor David Daokui Li, renomado economista chinês, em abril de 2018, a ACCEPT tem como foco a pesquisa em economia governamental e de mercado, promove a pesquisa econômica com características chinesas.
Fonte: Portos e Navios