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Tipo exportação: 7 carros nacionais vendidos nos EUA e na Europa

O Brasil é um polo mundial da indústria automotiva e, consequentemente, carros nacionais são exportados em grandes quantidades. Geralmente, os produtos destinam-se a países da América Latina e da África. É raro que algum veículo fabricado aqui chegue aos chamados países desenvolvidos, localizados principalmente na Europa e na América do Norte.

Contudo, raro não significa inexistente. Eventualmente, algum modelo produzido no Brasil consegue chegar até os consumidores europeus ou norte-americanos, o que não deixa de ser um feito: afinal, eles têm maior poder de compra e, consequentemente, acesso a veículos mais sofisticados. Enumeramos 7 carros nacionais que foram exportados para mercados de ponta. Confira o listão!

Carros nacionais exportados para países desenvolvidos:
1. Fiat Uno, Elba e Prêmio

O Uno e suas derivações perua e sedã, conhecidos como Elba e Prêmio, protagonizaram uma façanha: saíram do Brasil e em direção à terra natal da Fiat. Os carros foram exportados regularmente, entre as décadas de 80 e 90, para a Itália e também para outros países europeus.

Esse feito, claro, foi motivo de orgulho para o fabricante, que chegou a destaca-lo em uma campanha publicitária.

O Uno era exportado na versão CS, que logo virou série comemorativa no Brasil. Na Itália, ele ganhou o apelido de “Brasiliana”. O modelo convivia com o similar europeu, que, por sua vez, era posicionado em uma faixa superior.

Curiosamente, nos anos 90 o hatch passou a ser vendido com o emblema da Innocenti, uma marca mais popular do Grupo Fiat, extinta em 1997. A gama era composta pelo hatch, rebatizado de Mille, o sedã Duna e a perua Duna Weekend, que não passavam de Prêmio e Elba com outras identidades.

2. Fiat Palio Weekend e Strada

Seguindo os passos da antecessora Elba, a Palio Weekend está entre os carros nacionais da Fiat que foram exportados do Brasil para a Europa. A perua começou sua trajetória no velho continente logo após ser lançada no Brasil, em 1997. Itália, Espanha, Áustria e Suíça estavam entre os países que recebiam o modelo.

A reboque, a Weekend levou para a Europa sua “irmã” Strada. Enquanto no Brasil a picape tinha versões mais destinadas ao lazer, como a Adventure, por lá o foco era primordialmente comercial.

3. Volkswagen Voyage e Parati

Provavelmente o caso mais famoso de carros nacionais exportados para o dito primeiro mundo é o de Voyage e Parati. Rebatizados de Fox e Fox Wagon, o sedã e a perua passaram a cumprir o papel de carros de entrada da Volkswagen nos Estados Unidos e no Canadá.

Para serem vendidos na América do Norte, os dois modelos recebiam várias modificações, a fim de cumprir as leis ambientais e de segurança daqueles países. A operação começou em 1987: o Voyage, aliás, Fox, continuou a seguir para Estados Unidos e Canadá até 1993. Já a Parati, ou melhor, Wagon, teve menor aceitação e foi exportada só até 1989.

4. Volkswagen Golf

Outro Volkswagen brasileiro que chegou à América do Norte foi o Golf, mais precisamente o da quarta geração, nos primeiros anos deste século. A versão esportiva GTI saía de São José dos Pinhais (PR) rumo às concessionárias de Estados Unidos e Canadá. Embora o modelo convencional, com motor 1.8 turbo, também fosse exportado, o caso mais emblemático é o do GTI VR6.

Inicialmente, o hot hatch, que era equipado com motor 2.8 de seis cilindros, destinava-se apenas ao mercado externo. Porém, em 2003, a Volkswagen decidiu comercializar 99 unidades no Brasil. O Golf GTI VR6 tinha carroceria de duas portas, plaqueta de identificação e itens de acabamento exclusivos.

Curiosamente, apesar de ter 200 cv de potência, seu desempenho não era melhor que o do similar com motor 1.8 turbo e 180 cv. Isso porque a diferença de 20 cv vinha acompanhada de um peso extra de quase 70 kg. Apesar disso, o modelo é, hoje, um dos mais desejados neo-colecionáveis nacionais.

Vele lembrar que o lançamento da quinta geração do Golf, que não chegou ao Brasil, não interrompeu as exportações dos carros nacionais. Reestilizado na linha 2008, o modelo brasileiro, mesmo defasado, continuou seguindo para o Canadá. Lá, ele era a opção de entrada da gama e recebia o sobrenome City.

5. Volkswagen Fox

Em vez de ter como destino a América do Norte, este Volkswagen Fox (o hatch mesmo, não o Voyage rebatizado) foi enviado à Alemanha e a outros mercados da Europa. Mais um caso de automóvel brasileiro vendido no país de origem de seu fabricante.

Porém, a carreira do Fox na Europa foi curta: durou apenas de 2005 a 2009. Isso porque as vendas no continente europeu ficaram bem abaixo do esperado. Já no Brasil, pelo contrário, o hatch segue vivo, pelo menos por enquanto, pois a produção deve continuar apenas por mais um ou dois anos.

6. Alfa Romeo 2300

A história da exportação do 2300 começou em 1978. Naquele ano, a Fiat assumiu as operações da Alfa Romeo no Brasil, que, por sua vez, havia adquirido as instalações da Fábrica Nacional de Motores (FNM) uma década antes. A linha de produtos, composta pelo sedã e por caminhões, permaneceu, mas a produção foi transferida de Duque de Caxias (RJ) para Betim (MG).

Neste ponto, é importante salientar que, naquele momento, a associação entre ambas as marcas italianas só havia acontecido no Brasil. No restante do mundo, inclusive na Europa, as duas empresas eram completamente distintas e posicionavam-se como concorrentes diretas. Em âmbito global, a Fiat só passou a controlar a Alfa Romeo em 1987.

O fato é que, no fim dos anos 70, a Fiat decidiu levar o sedã para a Europa, com o nome 2300 Rio. Os carros fabricados no Brasil foram exportados para Inglaterra, Alemanha e Países Baixos. As vendas eram realizadas fora da rede de concessionários Alfa Romeo, que, vale lembrar, era uma marca autônoma.

Seja por causa da estratégia comercial confusa ou simplesmente pela pouca aceitação do consumidor europeu, o fato é que o Alfa Romeo 2300 Rio teve baixo volume de vendas no velho continente. Mas, de qualquer modo, entrou para o rol de carros nacionais exportados para países desenvolvidos e ainda protagonizou uma história cheia de particularidades.

7. Mercedes-Benz CLC

É comum que as fábricas de marcas premium instaladas no Brasil, entre as quais BMW, Audi e Jaguar Land Rover, exportem boa parte da produção. Porém, veículos dessas empresas não entraram na lista por um motivo simples: eles não são efetivamente produzidos no país, apenas montados. Por isso, não podem ser considerados legítimos carros nacionais.

Todavia, vale citar pelo menos um desses modelos: o Mercedes-Benz CLC. Embora também tivesse baixo índice de nacionalização (cerca de 25%, segundo informações divulgadas pelo fabricante na época), o hatch-coupé passava por uma situação única, pois todas as unidades vendidas no planeta saíam exclusivamente da linha de montagem de Juiz de Fora (MG).

O CLC tinha projeto híbrido: era, a rigor, um Classe C Sportcoupe da segunda geração (W203), porém redesenhado com os faróis, grade e outros elementos de estilo da safra seguinte (W204). Enquanto as demais fábricas da Mercedes-Benz foram modernizadas para produzir a linhagem mais atual, a planta mineira manteve o ferramental já existente e concentrou a montagem do modelo em nível mundial.

Com essa manobra, a marca alemã manteve a unidade brasileira em funcionamento e ainda ganhou tempo para desenvolver um novo cupê, lançado apenas em 2011. Naquele ano, o mandato-tampão do CLC, iniciado em 2008, chegou ao fim. O modelo chegou a ser vendido no mercado interno, a partir de 2009.

Fonte: Auto Papo

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