Terminais do Porto de Santos enfrentam dificuldades para contratar mão de obra especializada

Terminais do Porto de Santos enfrentam dificuldades em contratar mão de obra especializada para diversas funções. Existem casos em que vagas estão abertas há seis meses e não são encontrados profissionais capacitados para preenchê-las. Esta foi uma das constatações de um debate realizado na sede da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a autoridade portuária de Santos.
O evento contou com a presença de gestores de RH de diversos terminais do complexo marítimo, além de representantes da Prefeitura de Santos e da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra). Os trabalhos foram mediados pelo professor do Centro de Excelência Portuária de Santos (Cenep), Hélio Hallite.
“O que é assustador é o fato de termos tantos milhões de desempregados e ver que as vagas estão abertas e não são preenchidas por nossa culpa. Como professor, eu sinto angústia e euforia porque percebemos ainda o que pode ser feito”, destacou Hallite.
Em um dos casos apresentados pelos participantes, uma oportunidade para especialista em Sustentabilidade está aberta há dois meses. Outra vaga para o departamento financeiro de um terminal não é preenchida há um semestre. Em outras situações, é necessário recorrer a trabalhadores de outras cidades para as contratações.
O diretor de Administração e Finanças da autoridade portuária, Fernando Biral, aponta a possibilidade de a Docas intermediar este processo. “A gente não sabe quem está precisando contratar. A gente não sabe a quem estão recorrendo. Precisamos deixar esse canal aberto para poder amplificar e a gente ter que construir, talvez identificar quem já trabalha com isso para a gente poder oferecer para as empresas”.
O coordenador de Requalificação Profissional da Prefeitura de Santos, Ricardo Serra, ofereceu uma parceria entre os terminais portuários e o Centro Público de Emprego de Santos, que tem mais de 45 mil trabalhadores cadastrados em seu banco de dados. A ideia foi bem aceita pelos gestores.
No local, é possível agendar entrevistas, que podem ser realizadas por especialistas em RH do próprio terminal. Porém, todo o contato é feito pela prefeitura, assim como a disponibilização da infraestrutura. Serra explica, ainda, que um terminal do cais santista utilizou a Centro Público de Emprego para a contratação de 1.200 profissionais que atuaram em uma obra.
Tecnologia
“Pensar em um Porto moderno, sem armazéns abandonados, onde as coisas funcionam com o uso de tecnologia, internet das coisas, é fundamental para pensar em qualificação para o Porto de Santos. Esta deve ser a nossa realidade em 2030”, destacou Hallite.
Para o professor do Cenep, os profissionais precisam entender não só a atividade que vão exercer. Compreender toda a cadeia logística do cais santista ganha uma importância crucial. “Não podemos esquecer que o Porto de Santos conta, hoje, com multinacionais, que utilizam equipamentos modernos e têm grandes índices de produtividade. O trabalhador deve estar por dentro disso”.
Fonte: A Tribuna