Servidores da ANTAQ participam de Curso de Logística Internacional no Panamá
Os servidores Fernando Serra, Michel Weber (Gerência de Estatística e Avaliação) e José Neto (Gerência de Desenvolvimento e Estudos) participaram do “Curso em Logística Internacional e Visita Técnica ao Canal do Panamá”. Os servidores são coautores do livro “Canal do Panamá: Efeitos da Expansão nos Portos do Brasil”, publicado em junho de 2013 pela Editora ANTAQ.
O curso, desenvolvido pela Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Extensão da Unisul – FAEPESUL, em parceria com a Universidad Católica Santa Maria la Antigua – USMA, e realizado na Cidade do Panamá, contemplou visitas técnicas às eclusas de Água Clara (do lado do Oceano Atlântico) e Miraflores (do lado do Oceano Pacífico), ao Terminal Internacional de Manzanillo- MIT, um moderno terminal de contêineres, ao Centro de Simuladores do Canal do Panamá, além de palestras sobre logística internacional ministradas na Universidade Marítima Internacional do Panamá – UMIP.
Segundo o gerente de Desenvolvimento e Estudos, José Neto, “o curso foi bastante proveitoso para se apropriar da realidade comercial e dinâmica de navegação vivenciada pelo Canal do Panamá, após sua expansão em 2016. Foi possível atestar in loco que as premissas adotadas no estudo, bem como os cenários previstos e apresentados, se confirmaram”.
Ainda segundo José Neto, “o estudo sobre o canal havia apontado que a utilização do Canal do Panamá para o transporte de minério de ferro com origem no Brasil seria inviável, uma vez que as dimensões das embarcações utilizadas para tal fim não seriam comportadas no canal. Para o transporte de contêineres, a falta de linhas regulares ligando a América do Sul e o extremo oriente, bem como o mercado incipiente entre as costas leste e oeste da América do Sul, limitariam a utilização do canal para esse tipo de transporte. Quanto à exportação de granéis agrícolas, tais como soja e milho, o estudo apontou que a viabilidade de utilização do Canal do Panamá para destinos como China ou Japão, onde a duração da viagem se reduz de forma significativa com a passagem pelo canal, dependeria de variáveis como tempo de espera e trânsito e, principalmente, as taxas de utilização do canal. Nesse último caso, no cenário simulado com aumento das taxas do canal previsto com a expansão, apenas a rota para o Japão seria viável”.
Por fim, o gerente afirmou que, “segundo dados apresentados pela Autoridade do canal, em 2019 apenas cinco embarcações transportando cargas com origem no Brasil fizeram a travessia pelo canal. Uma transportando contêineres fazendo a rota leste/oeste da América do Sul e quatro transportando soja para o Japão, confirmando assim os cenários do estudo”.
Ainda, como parte das atividades, os integrantes do curso fizeram uma reunião técnica na Embaixada do Brasil no Panamá. No encontro, a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira destacou a importância do suporte técnico nas discussões diplomáticas com o Governo do Panamá sobre a utilização do canal pelos players brasileiros, em especial representantes do agronegócio, e sugeriu a realização de um grande evento técnico envolvendo representantes do governo brasileiro, armadores, empresários e representantes de portos brasileiros e autoridades do canal do Panamá em um futuro próximo.
Além dos servidores da Agência, participaram do curso o professor Ademar Dutra, da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), representantes de portos e de empresas de logística brasileiras.
Fonte: ANTAQ