São Manuel exporta produto especial para os Estados Unidos
O cafeicultor paulista Mariano Martins investiu fortemente em qualidade para exportar seu café a um preço diferenciado. Com 1 milhão de cafeeiros em produção na Fazenda Santa Margarida, em São Manuel, interior de São Paulo, ele produz 6 mil sacas anuais de café arábica e 60% da produção – 3,6 mil sacas – se enquadram na categoria de café especial, com cotação até 25% acima do tradicional. “Conseguimos abrir um mercado importante para nosso café nos Estados Unidos e 70% da produção de cafés especiais entregamos diretamente na Califórnia”, disse Martins. Os outros 30% desse café são absorvidos pelos pontos de venda de produto gourmet da Café Martins em São Paulo.
Ele afirma que o consumidor americano, assim como o europeu, se dispõe a pagar mais por um café diferenciado. O mercado da Califórnia se abriu para o café da Fazenda Santa Margarida quando um lote de sua produção recebeu 93 pontos de um renomado crítico americano de cafés – uma pontuação excepcional. “Era nosso objetivo fazer exportação direta para absorver todas as vantagens da cadeia e essa pontuação abriu o mercado de lá para a gente”, conta Martins.
O produtor não se incomoda de depender, atualmente, de um único mercado importador. “Como nossa produção é pequena, comparando com outros exportadores, focamos num único mercado apenas por questão de custo e facilidades logísticas. É só um ponto de contato, um conjunto de normas para a exportação e um fluxo de contrato. Se abrirmos novos mercados mantendo a produção atual, aumentaríamos nossos custos sem aumentar a receita”, explica.
Os 40% de café não especial da safra da Santa Margarida são vendidos no mercado commodity. “ Eu chamo de mercado impessoal. Uma parte pode estar indo para a Alemanha, outra para a China, por exemplo”, disse.
Fonte: O Estado de S. Paulo