Refinarias privadas chinesas elevam produção após queda do petróleo ampliar margens
Refinarias independentes de petróleo da China estão elevando a produção à medida que governos locais aliviam medidas restritivas adotadas para conter o coronavírus e a demanda por combustíveis começa a se recuperar.
Uma forte queda das cotações nos mercados de petróleo, impulsionada por uma guerra de preços que tem se iniciado entre Arábia Saudita e Rússia, também ampliou as margens de lucros no refino.
As refinarias, conhecidas como “teapots”, instaladas principalmente na província de Shandong, respondem por um quinto das importações totais de petróleo da China.
Elas devem operar com 57% da capacidade ao final de março, contra 45% na semana passada, segundo uma pesquisa com 44 unidades feita pela consultoria chinesa JLC Network Technology.
“Com uma recuperação maior nas atividades econômicas pelo país, a demanda por combustível refinado e petroquímicos já tem subido de maneira constante, ajudando nas vendas de produtos pelas plantas independentes”, disse o analista Shi Linlin, da JLC.
Mais de uma dezena de unidades em Shandong, incluindo algumas da estatal ChemChina, estão retomando ou vão elevar suas taxas de processamento após fortes cortes em fevereiro, quando a rápida disseminação do coronavírus e restrições sobre transportes e viagens paralisaram a atividade econômica e as vendas de combustíveis.
As refinarias também aumentaram suas compras de petróleo, buscando barganhas após o surpreendente colapso de um acordo da Opep+ para redução de oferta ter levado a uma guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, os dois maiores exportadores globais.
“Na China os preços para produtos refinados estão melhorando e alguma demanda está voltando. Então as pessoas estão comprando cargas para chegada em maio e junho”, disse um comerciante de petróleo em Cingapura.
Todas grandes refinarias estatais e privadas solicitaram cargas de petróleo com entrega em maio, disse um comerciante em Genebra.
Algumas refinarias que mantêm contratos de fornecimento de longo prazo também aumentaram as compras da Arábia Saudita e de outros produtores do Oriente Médio para carregamento em abril, depois que os vendedores reduziram os preços para disputar participação de mercado.
Mas refinarias estatais estão mais cautelosas, e muitas unidades da Sinopec, a líder em refino, mantém cortes de entre 20% e 30% na produção ante os níveis de janeiro.
“Nossa maior dor de cabeça é combustível de aviação… não há saída para isso”, disse um funcionário da Sinopec no Sul da China.
“A demanda está voltando, mas devagar”, disse um executivo da PetroChina.
Fonte: Reuters