Escassez de contêineres, restrições geopolíticas e mudanças nos padrões de serviço prometem impactar as tarifas e a logística mundial. No tumultuado mar do transporte marítimo global, as operadoras enfrentam instabilidade econômica e incerteza para 2024. Uma análise da MTM Logix prevê uma tempestade de demandas dos investidores por racionalização da capacidade das embarcações no primeiro trimestre, impulsionando as taxas de frete entre 5% e 10% ao longo do ano.
De acordo com Mario Veraldo, CEO da MTM Logix, a disponibilidade de contêineres será o ponto de pressão principal, com a demanda aumentando cerca de 9,3% em relação a uma capacidade de transporte de 2,2%. A escassez de contêineres e a redução da capacidade dos navios são consequências diretas dos ataques a navios porta-contêineres pelos rebeldes Houthi, resultando em restrições no Mar Vermelho e no Canal de Suez.
As linhas de navegação enfrentam desafios e foram forçadas a fazer rotas ao redor da África, aumentando significativamente os tempos de trânsito. Essa rota não só afeta a eficiência das operações dos navios, mas também interrompe a disponibilidade e o reposicionamento de contêineres entre 15 e 20 dias, ampliando a escassez global.
Além disso, fatores como sobretaxas de combustível, congestionamentos portuários, restrições comerciais entre EUA e China e desdobramentos da descarbonização contribuirão para o aumento dos preços das tarifas ao longo do ano.
Segundo Veraldo, a instabilidade nas tarifas impacta diretamente os consumidores, causando reajustes nos preços dos alimentos, combustíveis, vestuário, medicamentos e outros itens essenciais. No Brasil, o aumento do preço do frete é considerado o principal problema nos negócios para 90% das empresas com operações de comércio exterior, conforme a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Impacto no Brasil:
O comércio do Extremo Oriente terá um peso maior para o Brasil em 2024, e o país dependerá de acordos comerciais, da economia regional e de um possível aumento das importações da Argentina. Controle da inflação torna-se desafiador, levando as empresas a adotar estratégias como negociações de contratos flexíveis, diversificação das cadeias de suprimentos e uso de tecnologia de torre de controle para reações eficientes.
Essa análise destaca os desafios enfrentados pelo setor, enfatizando a necessidade de adaptação e estratégias inovadoras para garantir a eficiência e a estabilidade em meio à complexidade do cenário global de transporte marítimo.
Fonte: Guia Marítimo
