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Produtos exportáveis ganham espaço no país; básicos perdem

O Brasil avança muito na produção de grãos e de carnes na próxima década, e assume posição ainda maior no mercado externo de produtos agropecuários.

O país será beneficiado não só pelas exportações, mas também pela crescente demanda interna.

Assim como ocorreu com a soja nas décadas anteriores, o milho deverá ser uma das estrelas do setor. A produção vai se concentrar na safrinha, que terá crescimento de 34% na área a ser plantada. O volume total da produção será de 124 milhões de toneladas.

O cereal será beneficiado tanto pelo mercado interno como pelo externo. Internamente, o aumento na produção de proteínas exigirá um volume maior de milho. Além disso, a produção de etanol proveniente do cereal começa se firmar no país.

Do lado externo, as exportações atingirão 45 milhões de toneladas, com crescimento de 29% no período de 2019/20 a 2029/30.

Os dados são do Ministério da Agricultura, que prevê uma produção total de grãos de 318 milhões de toneladas em dez anos. A atual é de 251 milhões.

O ministério mostra que haverá uma consolidação das grandes culturas no país, com avanços principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, as que mais vão crescer.

Mas haverá também uma perda de espaço de produtos básicos, como arroz, feijão e mandioca. A área cultivada com arroz recuará 60% nos próximos dez anos. A com feijão, 37%, e a com mandioca, 19%.

A agricultura familiar terá participação maior nas produções de fumo, com 0,94% do total do país, de leite (0,63%) e de suínos e de frango (0,50%).

A área de soja cresce próximo de 10 milhões de hectares, chegando a 47 milhões em 2029/30. A produção será de 157 milhões, com exportações de 103 milhões.

O crescimento da agricultura brasileira se dará, basicamente, pelo aumento de produtividade, que terá evolução de 33% nos próximos dez anos. Já a produção crescerá 27%, e a área a ser utilizada aumentará 15%, boa parte sobre pastagens degradas, segundo o Ministério da Agricultura.

Os dados do ministério indicam ainda que as exportações de frutas começam a se consolidar, podendo ter evoluções superiores a 40% em dez anos. Manga, melão e maçã serão os destaques.

A produção nacional de carnes, puxada pelo mercado externo, sobe para 35 milhões de toneladas em 2029/30, com alta de 24% em relação ao volume atual. As maiores evoluções serão de frango e de suínos, com 28% no período, enquanto a carne bovina terá uma produção 16% maior.

As exportações totais de proteínas deverão atingir 10 milhões de toneladas em dez anos. O maior crescimento será o da carne suína, com 37%, mas o maior volume fica com a de frango, que atingirá 5,6 milhões de toneladas exportadas.

LEITE TEM PREÇO RECORDE
O preço do leite pago ao produtor em julho, referente à captação de junho, subiu para R$ 1,757 por litro na média do país. É o maior valor para os meses de julho e o segundo maior de toda a série histórica do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Ao registrar esse preço, o valor real do leite, descontado o IPCA, superou em 16,1% o de junho e em 25% o de julho de 2019, segundo Natália Grigol, pesquisadora do Cepea.

Para a pesquisadora, a alta nos preços ocorreu devido à competição entre as indústrias de laticínios na compra da matéria-prima para regularizarem seus estoques.

A ocorrência da Covid-19 gerou incertezas sobre o consumo e as indústrias haviam retardado a compra de leite. Essa recomposição se fez necessária devido ao aumento de consumo em maio e em junho, incentivado pelos programas de auxílio emergencial.

 

 

Fonte: Folha SP

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