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Produção mineral caiu 12% em 2022 e faturamento recuou 26%, diz Ibram

O setor de mineração encolheu em 2022. A produção caiu 12%, a 1,05 bilhão de toneladas, enquanto o faturamento recuou 26%, a R$ 250 bilhões, na comparação anual, informou nesta terça-feira, 7, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A arrecadação de impostos e tributos pelo setor teve queda de 24,6% e fechou o ano em R$ 86,2 bilhões. O principal recuo foi do CFEM (31,8%), que somou R$ 7 bilhões.

O setor aumentou a previsão de investimentos. Para o período de 2023 a 2027, a cifra é de US$ 50,4 bilhões, aumento de 24%. Cobre é o metal com maior expectativa de aumento nos investimentos (255%), a US$ 4,47 bilhões.

Níquel também terá investimentos mais fortes nos próximos anos, com avanço de 60%, para US$ 2,3 bilhões. Minério de ferro também deve avançar, na casa de 24%, a US$ 16,92 bilhões.

Na contramão, zinco deve perder metade (53%) dos investimentos, com previsão de US$ 113 milhões.

O setor também prevê ampliar os investimentos no setor de logística (51%, a US$ 4 bilhões) e em atividades socioambientais (US$ 6,5 bilhões).

Balança comercial

Enquanto as exportações brasileiras, de maneira geral, cresceram 19,2% em 2022, os resultados das vendas externas de minerais encolheram 28%, para US$ 41,67 bilhões – equivalente a 12% das vendas externas. Em volume, as vendas caíram em proporção menor (3,8%), a 358 milhões de toneladas.

Do resultado total das exportações minerais brasileiras, o minério de ferro responde por 69%, seguido pelo ouro (12%). No caso do ferro, o principal destino foi a China (68,9%). Já para o ouro, os principais compradores são Canadá (35,1%), Índia (15,9%), Suíça (15,1%) e Reino Unido (14,9%).

As importações minerais caíram em volume (-52,4%, a 21,2 milhões de toneladas) e cresceram em receita, que somaram US$ 11,16 bilhões, salto de 25,4% sobre 2021, em linha com o avanço das compras totais do país (24,3%). As importações minerais equivaleram a 4% do total de importações do país.

Assim, no setor mineral, as importações foram equivalentes a 27% das exportações, destacou o Ibram. O saldo da balança comercial do setor teve retração de 37,5%, a US$ 30,51 bilhões, perdendo representatividade no saldo total da balança comercial brasileira, com recuo de 80% para 49%.

A cifra despendida em compras de potássio, insumo largamente utilizado na agroindústria, mais que dobrou (110%), alcançando US$ 8,9 milhões, apesar do recuo de 8% do volume. O produto vem, principalmente, do Canadá (37,3%) e da Rússia (25,6%). O valor das compras de carvão dobrou, batendo US$ 5,5 milhões, mesmo com declínio de 16% no volume. Austrália (33%) e Estados Unidos (30%) são os principais países de origem.

Resultados por commodity

O preço do minério de ferro sofreu queda de 24,8% – a maior desvalorização entre os minérios acompanhados – e fechou com preço médio de US$ 120,23 a tonelada. Na mão oposta, o níquel foi o produto com maior valorização (38,2%), encerrando o ano com preço médio de US$ 25,6 mil. O zinco também ganhou impulso (16,3%), com cotação média de US$ 3.484,42.

Com o impacto da compressão nos preços e do câmbio, as exportações de minério de ferro resultaram em US$ 28,9 bilhões, recuo de 35,2%, enquanto o volume de vendas externas recuou em proporção bem menor (3,8%).

Também chamaram a atenção os recuos nas vendas de manganês – queda de 35% nos volumes e de 25% nas receitas. A commodity também tem como principal destino a China (70%).

O volume de bauxita exportado caiu 20%, mas a receita teve queda mais suave (8%). O cobre – cujos principais destinos são Alemanha (22,1%) e China (17,8%) – recuou 11,7% em volumes e 19% em receitas.

O faturamento do minério de ferro encolheu 39%, a R$ 153,5 bilhões. A participação da commodity no conjunto das receitas do setor caiu de 74% para 61%. Já o faturamento do cobre caiu 15%, a R$ 15,2 bilhões -, mas a participação do produto no bolo foi de 6%. O faturamento do ouro recuou 12%, a R$ 23,9 bilhões, porém a participação do minério no conjunto avançou de 8% para 10%.

Resultados nos Estados

Os estados com maior faturamento, Minas e Pará, registram queda de 30% e 37%, respectivamente, em relação ao ano anterior, alcançando as marcas de R$ 100,5 bilhões e R$ 92,4 bilhões, respectivamente. Os dois Estados também perderam representatividade no conjunto do faturamento. Minas recuou de 42% para 40%. O Pará, de 43% para 37%.

Na contramão, São Paulo registrou aumento de 31% no faturamento. Sua participação no bolo do faturamento saiu de 2% para 3%. Outros estados também conquistaram espaço: Goiás subiu de 3% para 4%; e Bahia também de 3% para 4%.

Para o período de 2023, o Estado com maior previsão de investimento é o Pará (US$ 13,97 bilhões), seguido de Minas (US$ 11,43 bilhões) e Bahia (US$ 10,24 bilhões).

Minas é o estado que mais tem municípios mineradores, 521 (61%), seguido por São Paulo, 353 (55%), e Rio Grande do Sul, 224 (45%). A área ocupada pela mineração equivale a 0,06% do território nacional. Já a área ocupada pela mineração industrial corresponde a 0,02%.

No ranking de arrecadação de CFEM, os dois primeiros municípios são paraenses: Parauapebas (R$ 1,38 bilhão) e Canaã dos Carajás (R$ 1,06 bilhão).

De acordo com o Ibram, o setor de mineração conta mais de 7.300 empresas e microempreendedores individuais. O setor responde por 204 mil empregos diretos – contingente estável em relação a 2021 -, com mais de 2,25 milhões de empregos ao longo da cadeia e mercado.

 

 

Fonte: Estadão Conteúdo

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