Produção de etanol de milho e importações ampliam oferta de biocombustível na entressafra
O etanol produzido a partir do milho representou 94% da fabricação do biocombustível na 2ª quinzena de janeiro, totalizando 95,37 milhões de litros no período.
Como a quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades no Centro-Sul somou apenas 86,80 mil toneladas nos primeiros quinze dias do mês, as produções de etanol de cana-de-açúcar e de açúcar foram residuais.
A quantidade fabricada de açúcar atingiu 3,65 mil toneladas no período, enquanto o volume de etanol de cana-de-açúcar totalizou apenas 5,99 milhões de litros. Com isso, o volume total de etanol produzido na quinzena alcançou 101,36 milhões de litros (94,26 milhões de litros de etanol hidratado e 7,10 milhões de litros de etanol anidro).
Além da produção de etanol de milho e dos estoques nas usinas, a oferta do biocombustível na entressafra foi ampliada com a importação de 177,72 milhões de litros no mês de janeiro, de acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior. Deste total importado no mês, 95,76 milhões de litros foram registrados em portos do Centro-Sul.
Levantamento atualizado junto às empresas indica que nesta entressafra estão em operação na região Centro-Sul 2 unidades processadoras de cana-de-açúcar e outras 10 unidades produtoras de etanol a partir do milho, sendo 3 dedicadas exclusivamente a esta matéria-prima.
No acumulado desde o início da safra 2019/2020 até 31 de janeiro, a moagem atingiu 578,81 milhões de toneladas, crescimento de 2,69% sobre o valor observado em igual período do ciclo anterior (563,63 milhões de toneladas).
A produção acumulada de açúcar somou 26,48 milhões de toneladas, contra 26,36 milhões de toneladas em idêntico período do ciclo passado.
O volume de etanol, por sua vez, totalizou 32,30 bilhões de litros, dos quais 9,88 bilhões de litros de etanol anidro e 22,42 bilhões de litros de etanol hidratado. Desse total, a produção de etanol de milho somou 1,24 bilhão de litros, com aumento de 101,70% sobre o volume apurado no mesmo período da última safra.
Vendas de etanol
Em janeiro de 2020, as vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul totalizaram 2,55 bilhões de litros, queda de 5,5% ante janeiro de 2019. Desse total, 67,06 milhões de litros foram destinados à exportação e 2,49 bilhões de litros ao mercado interno.
No mercado doméstico, o volume de etanol anidro comercializado alcançou 735,47 milhões de litros, retração de 6,3% comparado com as vendas no primeiro mês de 2019.
Em relação ao etanol hidratado, a venda mensal indicou um ajuste de mercado esperado para o período de entressafra. No primeiro mês de 2020, foram comercializados 1,75 bilhão de litros pelas unidades do Centro-Sul, queda de 4,3% sobre o mesmo período do último ano. Deste total, 877,44 milhões de litros correspondem a vendas durante os últimos 15 dias de janeiro.
Para o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “estamos observando o funcionamento natural do mercado, com preços direcionando as relações de oferta e demanda. As regras claras e a ampla informação disponível a todos os agentes permitem que o mercado funcione de maneira eficiente”.
O consumo em janeiro deve ser mais bem avaliado após a publicação dos dados de vendas de combustíveis pelas distribuidoras. As informações de vendas das unidades produtoras oferecem uma primeira indicação da dinâmica do mercado, mas é preciso avaliar o movimento de estoque no elo de distribuição ou mesmo de outros comercializadores ao longo da cadeia do etanol.
No acumulado da safra até o final de janeiro deste ano, a quantidade de etanol comercializada pelos produtores alcançou 28,54 bilhões de litros, sendo 19,96 bilhões de hidratado e 8,58 bilhões de anidro. Deste total, 1,64 bilhão de litros foram destinados ao mercado externo e 26,90 bilhões foram vendidos domesticamente.
Esse volume comercializado internamente representa um crescimento de 9,48% na comparação com o último ciclo. Se forem consideradas apenas as vendas internas de hidratado, que somaram 19,40 bilhões no acumulado desde o início da safra, o aumento atinge 10,93% em comparação a igual período do último ano-safra.
Fonte: TN Petróleo