Produção de calçados em Birigui é afetada por causa da crise na economia na Argentina
A produção de calçados em Birigui (SP) está sendo afetada por causa da crise na economia na Argentina. Isso porque muito do que é produzido na cidade é levado para os hermanos.
Para manter as vendas em alta no polo calçadista da região, fábricas da cidade estão produzindo calçados especiais para os consumidores argentinos. A Argentina é um dos países que mais compram os produtos em Birigui. Em uma fábrica no município, o país vizinho está em segundo lugar no ranking de exportações da empresa.
Só que este ano, os importadores demoraram para fazer o pedido e, por causa disso, a fábrica está produzindo agora os calçados que já deveriam estar chegando no país, como acontecia até o ano passado.
“Como a gente tem centro de distribuição na Argentina e estamos em contato com eles para saber o que pode nos prejudicar, a gente se blinda para essas oscilações não prejudicar nosso planejamento de vendas”, afirma o diretor de exportação da fábrica Rodrigo Nunes.
Birigui, a capital nacional do calçado infantil, exportou em 2018 mais de 5% dos produtos para mais de 50 países. Dos 42 milhões de pares fabricados, mais de 2 milhões foram vendidos no mercado externo.
As exportações aumentam a lucratividade, principalmente, com a alta do dólar, mas com a economia abalada na Argentina, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, a preocupação no setor é grande.
“O poder aquisitivo do argentino está em queda e o câmbio da moeda argentina enfraqueceu perante ao dólar. Então existe da dificuldade do consumo somado a um produto mais caro porque eles transformam o peso em dólar para comprar os produtos”, afirma Carlos Mestriner, diretor do Sinbi, Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigui.
Para manter os negócios com os argentinos, a estratégia em uma fábrica de Birigui surgiu na produção mesmo. A ideia foi criar calçados mais acessíveis, para isso, foram produzidos modelos mais clássicos que não saem de moda para atender a necessidade.
“Precisamos fazer uma leitura melhor da população do país para atender de forma diferenciada e não podemos perder o vínculo com os parceiros daquele local”, diz Otávio Facholi, gerente de negócios da fábrica.
Fonte: G1