Iniciativa implementa solução de video analytics conectada com 5G SA para otimizar a logística de veículos em pátio.
O Complexo Industrial Portuário de Suape, a Embratel e a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários se uniram para levar inovação ao porto pernambucano, localizado em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife.
Pela primeira vez na América Latina foi instalada uma rede 5G Standalone (SA) privativa na faixa 3,5GHz em um porto. O projeto utilizou a quinta geração de internet móvel da Claro e câmeras inteligentes integradas com uma solução de Video Analytics para automatizar e otimizar os processos logísticos de identificação e monitoramento de entrada e saída de veículos armazenados no atracadouro.
A prova conceito (PoC) foi realizada, recentemente, em parceria com a Atos, que forneceu a solução de Video Analytics da Nokia.
Suape é um porto-indústria, ocupa área de 17,3 mil hectares e está interligado a mais de 250 portos em todos os continentes. O espaço destinado ao hub de veículos conta com três pátios públicos para o armazenamento dos automóveis e capacidade de movimentação anual de 250 mil carros, o que mostra um enorme potencial de digitalização.
Com o alto fluxo de veículos, para importação e exportação, que passam pelo complexo, mensalmente, diversas etapas manuais de identificação e monitoramento eram necessárias, tornando o processo repetitivo e demorado. Para tornar esse fluxo mais eficiente e inovador, a Embratel, juntamente com os parceiros, desenvolveu o projeto que automatizou, registrou e monitorou, de forma real e virtual, a movimentação dos carros e sua localização exata em todos os passos do deslocamento ocorridos no pátio onde foi desenvolvida a iniciativa, com o mínimo de intervenções humanas.
As câmeras conectadas com 5G executavam uma leitura, por meio de Inteligência Artificial, da tag presente em cada um dos carros, coletando o número do chassi. Essa ação possibilitou o registro automático do dado em uma plataforma, que também armazenou o horário de chegada no pátio, a vaga na qual foi estacionado e, depois, quando foi retirado do local, com acompanhamento em tempo real, 24 horas por dia. A partir disso, os operadores do Porto de Suape passaram a ter uma visão completa do espaço onde a Prova de Conceito foi realizada, tornando as atividades logísticas mais efetivas, pois conseguiam saber exatamente onde estava cada carro em cada momento.
“A implementação do 5G permitiu que diversos procedimentos manuais fossem reformulados em ações digitalizadas, com segurança, disponibilidade, baixíssima latência e velocidade na comunicação”, afirma Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel para Governo. A executiva ainda ressalta que a rede privativa instalada pela Embratel proporcionou 100% de garantia de banda, confiabilidade e estabilidade, assegurando total eficiência à prova conceito. “Por meio do projeto, a operação do porto também ficou mais segura, pois a identificação dos veículos e em qual parte do processo logístico eles estavam se tornaram mais exatas, evitando erros e integrando melhor diferentes áreas do atracadouro. O 5G é um grande habilitador digital de iniciativas como esta, que leva inúmeras oportunidades ao segmento”, diz.
Em 2019, o Porto de Suape criou o Programa de Inovação para a construção de um porto modernizado, pensando na transformação digital do complexo. Suape dispõe de uma enorme cadeia de dados a ser estruturada e operada por meio de tecnologias, que devem potencializar seu desenvolvimento. “A prova conceito realizada em parceria com a Embratel minimizou expressivamente o tempo e os esforços gastos para conferência de cargas de automóveis na entrada e saída do pátio”, afirma Nilson Monteiro, diretor de Gestão Portuária de Suape. Segundo ele, a ação abriu portas para que fosse possível enxergar novos cenários com o 5G, Inteligência Artificial, Machine Learning, entre outras tecnologias. “Esperamos desenvolver outras aplicações que vão impulsionar nossa inovação e produtividade”, pontua.
A quinta geração de internet móvel, integrada com tecnologias emergentes, abre um leque de possibilidades para o setor. Um Ship to Shore (STS), máquina que realiza a movimentação de contêineres, por exemplo, pode ser manuseada a distância e em tempo real, proporcionando mais segurança a procedimentos críticos. Com IoT, a comunicação entre os mais variados dispositivos, que transitam por um terminal, e a instalação de Veículos Autoguiados (AGVs), são capazes de diminuir os riscos de colisões e acidentes.
Fonte: Portos e Navios
