Porto de Santos concentra 40% das vagas de emprego na região
Mais de 40% das contratações de mão de obra realizadas na região têm ligação com o Porto de Santos. Entre as carreiras mais promissoras, estão as funções ligadas à área de Tecnologia da Informação (TI). Este é um bom indicativo para quem busca uma vaga no mercado de trabalho. Mas, segundo especialistas, apenas uma boa formação não basta aos candidatos. É preciso focar no desenvolvimento pessoal e na reciclagem profissional.
Para o consultor de Recursos Humanos (RH), Fábio Sartori, os maiores índices de contratação no setor portuário estão nas vagas voltadas à área operacional, que representam entre 60% e 80% da composição das empresas. Por outro lado, as operadoras portuárias investem de maneira intensa na garantia da eficiência de seus embarques e desembarques. Com isso, se abre uma nova oportunidade para quem busca essa carreira.
“Todos os terminais buscam mais produtividade, e a tecnologia é a principal aliada nesta questão. O grande desafio destes profissionais de TI é desenvolver o aspecto comportamental, tais como habilidades de comunicação, negociação, oratória e de gestão. Esses profissionais são naturalmente mais técnicos. Mas esse perfil também está passando por uma transformação, justamente por não poderem ser mais aqueles profissionais que ficavam em uma sala trancados, desenvolvendo sistemas. Ele precisa vender o projeto dele e demonstrar como aquela solução será boa para o negócio”, afirma Sartori.
Para o gerente de Finanças e Suprimentos da Santos Brasil, Marcio José Cristiano, quem pretende atuar na área portuária deve ser resiliente, ter visão holística e capacidade de diagnóstico. O profissional deve estar atento às alterações do meio, se antecipar a problemas e oportunidades.
“É muito fácil saber quais serão as tendências para o Porto de Santos, basta olhar para os portos de referência no mundo. Talvez essa seja a única vantagem de estarmos num país subdesenvolvido, pois podemos ver o futuro do outro lado do oceano. O futuro do Porto é a automação, e mais que isso, a inteligência artificial. A tendência é um número menor de atividades operacionais, e um aumento no desenvolvimento de sistemas e controle”, diz Cristiano.
Manter o emprego
Garantir uma vaga é difícil para os candidatos. Mas manter-se no cargo também é um desafio nos dias de hoje. Neste caso, a recomendação é: continue seu desenvolvimento pessoal e profissional e invista na sua reciclagem.
“Nós vivemos em um mundo que muda a cada cinco anos. Aquela faculdade que o profissional fez em 2014, já não vale mais, porque as realidades mudaram e ele precisa continuar se desenvolvendo. Desta forma, a principal dica é: conheça tudo da área que quer, busque as melhores capacitações e prepare-se para conquistá-la, frente ao entrevistador”, destaca Sartori.
O profissional também destaca que, independentemente da área pretendida, a concorrência entre candidatos é cada vez maior. Por isso é tão importante se manter antenado às tendências do mercado.
“Um profissional que não investe em si, não se desenvolve. Ele fica obsoleto em 5 anos. Sua competitividade cairá bruscamente e o levará para a zona de conforto. É justamente onde ele sofrerá o impacto que não espera, que é o da demissão, mas muitos não conseguem enxergar, quem realmente foi o culpado pela causa… que obviamente é o próprio profissional”, explica Sartori.
Fonte: Reuters