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Ponte Aérea volta a ser operada apenas por turboélices

As obras de recuperação da pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), começam nesta quarta-feira (5/8). Com isso, por 32 dias apenas a pista auxiliar estará ativa e, dadas suas restrições de tamanho e de pavimento, apenas aeronaves menores do que o usual poderão operar.

Visando a manter a rota mais movimentada do país ativa, as empresas AZUL e VOEPASS alocaram parte de sua frota de ATR-72 para assegurar a continuidade da ligação aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo, com múltiplos voos por dia.

A última vez que a Ponte Aérea foi operada apenas por turboélices aconteceu há 28 anos, quando a VARIG retirou os saudosos Electra II da rota em janeiro de 1992.

Obras em Congonhas

Com investimento de R$ 11,5 milhões, a ação vai exigir o fechamento total da pista até o dia 5 de setembro devido à complexidade da tecnologia a ser aplicada ao pavimento, conhecida como camada porosa de atrito (CPA). A tecnologia irá proporcionar, entre outros benefícios, uma melhoria da capacidade de drenagem da pista (rápido escoamento da água de chuva), com aumento da aderência do pneu da aeronave ao pavimento.

Para a execução dos serviços dentro do prazo estabelecido, serão alocadas equipes 24 horas por dia, 7 dias por semana. Durante as obras, a pista auxiliar do Aeroporto continuará operando normalmente.

Os trabalhos incluem serviços de fresagem do asfalto existente; execução de camada estrutural de concreto asfáltico (CBUQ) com grooving na região das cabeceiras; e aplicação da camada superficial porosa de atrito (CPA) em toda extensão da pista. A técnica CPA não utiliza emendas transversais no pavimento, sendo necessário um trabalho contínuo para seu melhor resultado, evitando-se interrupções.

61 anos de Ponte

No dia 5/7, a ligação aérea entre as duas cidades mais populosas do País, São Paulo e Rio de Janeiro, completou 61 anos de atividades ininterruptas. Os grandes protagonistas dessa história são os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), administrados pela Infraero desde os anos de 1980, cuja conexão por ar figura entre as quatro mais movimentadas do planeta.

Símbolos de tempos de glamour, boemia, ou negócios, os terminais carioca e paulista dão, hoje, lugar ao vai-e-vem dos mais de 26,5 mil passageiros diários da Ponte Aérea, sem mencionar aqueles com destino a outras localidades. Milhões de pessoas a cada ano, que se encantam pela conveniência e beleza na chegada ao centro do Rio, com vista para o Pão de Açúcar e a Baía de Guanabara, ou a São Paulo, cujo paliteiro de prédios e grande movimento de carros, observados da janelinha, antecipam o frenesi da cidade, a poucos quilômetros do aeroporto.

A Ponte Aérea começou com um acordo firmado entre as principais companhias aéreas brasileiras, que ofereciam várias frequências diárias entre os aeroportos Santos Dumont e Congonhas em São Paulo.

Criada em 5 de julho de 1959 pela Varig, Cruzeiro do Sul e VASP, operam atualmente no trecho LATAM e Gol (a Avianca operou até cessar operações, mas os slots ainda não foram repassados), com mais de 120 voos diários partindo das duas cidades, em média a cada 15 minutos, entre 6h10 até por volta das 21h30.

Esses voos não eram regulares e muitas vezes saíam quase juntos, com um ou outro lotado ou vazio. Foi quando Varig, Vasp e Cruzeiro se juntaram e começaram a voar entre Rio e São Paulo com voos escalonados alternadamente a cada 60 minutos, aceitando-se entre si os seus bilhetes, ou seja, você poderia comprar uma passagem da VASP e viajar com um avião da Cruzeiro. Na década de 70 e 80 isso ficou mais evidente, quando o único tipo de avião a voar na ponte foi o Electra da Varig.

Foi na década de 90, quando a TAM, que estava fora desse acordo, resolveu criar sua própria ponte, que a coisa começou a mudar. Com essa nova concorrência, a VASP, que já não tinha tanto interesse assim no acordo, resolveu sair. Aí, sem muito alarde, a verdadeira ponte aérea, aquela que você comprava um bilhete por uma companhia e poderia viajar com avião de outra, acabou.

Hoje em dia o termo “ponte aérea” é usado simplesmente para designar a rota Rio-São Paulo, sendo esta a quinta rota aérea mais movimentada do mundo em número de voos.

Entre 1975 e 1991, o serviço foi operado exclusivamente pelos quadrimotores turboélice Lockheed L-188 Electra pertencentes à Varig, que se notabilizaram pelos altos índices de segurança e disponibilidade apresentados durante todos esses anos. O último voo do lendário avião na rota, em janeiro de 1992, foi motivo de cobertura jornalística pelos principais meios de comunicação da época.

 

 

Fonte: Informações da Infraero, Azul e Voepass

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