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Plantio de soja enfrenta o conflito entre EUA e China

Os agricultores brasileiros estão em pleno plantio de soja da safra 2019/20, mas ainda têm incertezas sobre como lidar face aos efeitos do acordo parcial entre Estados Unidos e China, anunciado em meados de outubro. Considerado um primeiro passo para pôr fim à guerra comercial entre as duas potências, o pacto deve afetar o agronegócio do País.

Até o último dia 24/10, a consultoria AgRural informou que o País havia semeado 35% da área projetada para a soja, de 36,57 milhões de hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ainda assim, existe a dúvida sobre se o agronegócio brasileiro manterá o ritmo de embarques externos para o gigante asiático – que deve, com o fim do conflito comercial, passar a dividir o fornecimento com os EUA novamente.

Soja

Apesar de a China ter se comprometido a adquirir mais produtos agrícolas dos Estados Unidos, na chamada Fase 1 do acordo, ainda há dúvidas sobre o volume exato, sobre quando as compras serão efetivadas e com que constância e também sobre as concessões que os EUA terão de fazer. Já a indústria de óleos vegetais brasileira acredita que, em um acordo tão amplo e envolvendo tantos setores, é natural que a produção americana seja contemplada. No curto prazo, isso diminuiria a participação brasileira, avalia.

Segundo a Abiove, embora as exportações de soja para a China tenham sido menores este ano em relação a 2018, ainda são fundamentais na balança do setor. A queda, este ano, ocorreu em função da peste suína africana, que tem assolado plantéis no país asiático e, consequentemente, reduzido a necessidade de importação da oleaginosa para alimentar os animais.

O maior temor pós-acordo EUA-China é que os asiáticos não valorizem os esforços feitos pelo Brasil durante a vigência da guerra comercial para garantir o abastecimento chinês.

Segundo o secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Flávio Bettarello, uma resolução para a guerra comercial entre EUA e China já era esperada, mas o Brasil precisa ampliar a oferta de produtos e a abrangência dos destinos para diminuir a dependência do gigante asiático.

Fonte: Estadão Conteúdo

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