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Petrobras quer listar ao menos 2 empresas no Novo Mercado em 2020

A Petrobras está em negociações para listar em 2020 pelo menos duas companhias —Braskem e Gaspetro— no Novo Mercado da B3, mais alto nível de governança da bolsa paulista, como parte de um plano de desinvestimentos que busca otimizar o valor dos ativos.

Em ambos os casos, a petroleira encontrou alguma resistência de seus sócios com a operação, mas as conversas seguem como uma boa alternativa para a empresa, que vê no mercado de capitais um caminho interessante para vender ativos, disse nesta quarta-feira o presidente da Petrobras Roberto Castello Branco.

“Nós gostamos de usar o mercado de capitais, é uma forma mais democrática, mais transparente, e o mercado de capitais está crescendo no Brasil. É importante para o Brasil um mercado de capitais sólido”, disse o executivo, ao participar de café da manhã de fim de ano com a imprensa, na sede da companhia no Rio.

No caso da Gaspetro, a estatal está em negociações com a japonesa Mitsui para a realização de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

Atualmente, a Petrobras tem participação de 51% da Gaspetro —que reúne fatias em 19 distribuidoras de gás natural, das 27 constituídas no país, segundo informações no site da empresa. A fatia restante, de 49%, foi comprada da Petrobras pela Mitsui em 2015.

Após a listagem, a Petrobras planeja vender toda a sua participação na companhia, cumprindo compromisso firmado com o órgão antitruste Cade, que prevê a saída completa da empresa do setor de distribuição e transporte de gás no Brasil até 2021.

A resistência da Mitsui à operação, segundo Castello Branco, ocorreu devido a uma questão “cultural”.

“A Mitsui tem preferência por participações minoritárias, em investir em outros países e ter um sócio âncora que resolva problemas para ela e a represente junto a governos, mas infelizmente não podemos mais exercer esse papel”, afirmou.

Ele acrescentou, no entanto, que algumas distribuidoras pré-operacionais deverão ser excluídas dessa operação, sem citar as nomes.

Já no caso da Braskem, a Petrobras negocia com a sócia majoritária Odebrecht , que está em recuperação judicial e tem a petroquímica como seu principal ativo.

Castello Branco reiterou que se opõe a adiar a venda da companhia, algo cogitado pela sócia.

“Sei que lá nada é fácil, mas nós também não somos fáceis… Foi-se o tempo em que eles mandavam na Petrobras”, disse o executivo.

Atualmente, a Petrobras prevê desinvestimentos de 20 bilhões a 30 bilhões de dólares no período 2020-2024, sendo a maior concentração em 2020 e 2021.

“Esse é um número, uma estimativa grosseira, porque quem vai dizer é o mercado, as circunstâncias … tem muita coisa para vender como as refinarias, os ‘pipelines’…”, afirmou.

Outras operações de IPO já foram citadas anteriormente pela empresa como alternativas para vender usinas termelétricas e gasodutos que escoam a produção de plataformas.

Nesta quarta-feira, Castello Branco evitou fazer comentários mais precisos sobre esses ativos, cujos formatos de venda ainda estão em estudo.

Para as térmicas, ele adiantou que a petroleira estuda criar uma empresa nova, que agrupará usinas da companhia, e ofertá-la ao mercado. Para essa operação, a Petrobras já contratou o banco Goldman Sachs.

“Confirmo a contratação (do Goldman Sachs). Ele vai formatar (a modelagem) juntamente conosco… a ideia principal seria uma subsidiária, uma empresa de geração térmica”, disse Castello Branco, pontuando que não está ainda definido se a Petrobras venderia apenas uma parte dessa empresa ou 100% do ativo.

O número de usinas que poderão ser agrupadas ainda não está definido, segundo Castello Branco, que completou: “ainda estamos em um estágio bem preliminar.”

Em agosto, a diretora-executiva de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara, havia afirmado que os planos envolveriam a venda de 15 termelétricas, de um total de 26 no portfólio da companhia.

Fonte: Reuters

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