Petrobras está de olho em hidrogênio, nuclear, eólica e solar como opções de energias para o futuro
A Petrobras avalia os segmentos de hidrogênio e geração de energia nuclear, eólica e solar como possíveis investimentos para o futuro, segundo o gerente-executivo de estratégia da estatal, Rafael Chaves Santos.
As alternativas estão relacionadas ao posicionamento da companhia em meio à transição para uma economia de baixo carbono. “Nesse momento, estamos estudando quais podem ser as melhores alternativas”, afirmou.
Santos foi indicado para a vaga de diretor de relacionamento institucional e sustentabilidade, no lugar de Roberto Ardenghy, que deixará a diretoria da estatal.
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse a investidores estrangeiros que a companhia tem o desafio de mostrar à sociedade que tem responsabilidade social, mas que não controla preços de combustíveis.
“Todos os cidadãos brasileiros são acionistas da Petrobras, seja porque recebem dividendos diretamente ou recebem indiretamente os benefícios da companhia”, afirmou, em apresentação a investidores estrangeiros em Nova York.
Segundo ele, a companhia vai seguir refletindo nos preços de combustíveis praticados no mercado interno mudanças conjunturais nos preços internacionais.
“Aos poucos, seguimos com a missão de transmitir à sociedade que uma companhia que é responsável por 4% do PIB do Brasil precisa ser gerida com cuidado”, complementou.
Refinarias
A Petrobras deve relançar em 2022 os processos de venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) e da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), segundo o diretor de refino e gás natural, Rodrigo Costa Lima e Silva. Mas não deve conseguir avançar para a fase final antes das eleições presidenciais de 2022.
O diretor financeiro, Rodrigo Araujo, complementou, ao afirmar que as ofertas vinculantes devem ser recebidas pela estatal “mais perto do fim do ciclo eleitoral”.
Lima e Silva diz que ainda não há um novo cronograma fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para o desinvestimento nos ativos, que não tiveram o primeiro processo de venda bem sucedido.
Por outro lado, o diretor explicou que o relançamento do processo de venda da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) no próximo ano pode ser um pouco mais complicado, devido à necessidade de combinar com a venda com o cronograma de construção da unidade.
A Petrobras anunciou que investirá US$ 1 bilhão para concluir as obras da refinaria pernambucana, mas que a empresa mantém a intenção de se desfazer do ativo.
Em relação às refinarias que já tiveram os processos assinados, Araujo disse que a empresa “está perto” de concluir a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia. Reportagem do Globo diz que a venda foi concluída.
De acordo com os diretores, a companhia pretende concluir ao menos mais uma venda de refinaria em 2022, o que pode ocorrer com os processos da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) ou da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX).
Importação de GNL
A Petrobras deve manter a atuação na importação de gás natural liquefeito (GNL) no Brasil até o fim da década, de acordo com Lima e Silva.
A companhia incluiu parte de seus terminais de regaseificação em seu processo de desinvestimentos nos últimos anos. Em 2021, no entanto, a estatal precisou ampliar a importação de GNL para auxiliar no suprimento de usinas termelétricas, que foram acionadas em meio à crise hídrica que afetou as hidrelétricas.
Campo Tupi
A produção no campo de Tupi (antigo campo de Lula), no pré-sal da Bacia de Santos, pode ter um declínio de 5% a 10% ao ano sem iniciativas de gerenciamento de reservatório, de acordo com o diretor de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges.
Ele explicou que a companhia pode implementar uma série de projetos para desacelerar o declínio natural da produção, como uma nova fase de perfuração de poços e aumentar a injeção de gás.
“Temos espaço para diversas iniciativas de gerenciamento de reservatório para segurar a queda na produção”, disse o executivo.
Ao todo, a Petrobras pretende investir US$ 4,7 bilhões no campo de Tupi entre 2022 e 2026. O campo de Tupi é um dos maiores produtores do país, com uma extração média atual de cerca de 1,2 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia), por meio de nove plataformas.
Plataformas
A Petrobras vai definir a cada projeto de produção se vai contratar uma plataforma própria ou se vai afretar unidades, segundo o diretor de exploração e produção da companhia, Borges.
O executivo lembrou que a companhia tem uma curva de aprendizado na contratação de plataformas próprias. Ao todo, a Petrobras pretende colocar em operação 15 novas plataformas de produção (FPSOs) entre 2022 e 2026, da quais três ainda estão em processo de contratação.
Caixa ‘ótimo’
A Petrobras considera que o caixa “ótimo” da companhia deve se manter entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões, segundo o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Rodrigo Araujo.
Segundo Araujo, o valor está em linha com os projetos de produção que a companhia pretende colocar em operação nos próximos anos.
Fonte: Valor