Perfurações na Vale causaram o rompimento da barragem de Brumadinho
A Polícia Federal de Minas Gerais, Brasil, divulgou o laudo pericial sobre a causa da liquefação de rejeitos que levou ao rompimento da barragem do complexo mineiro Córrego do Feijão, da Vale (NYSE: VALE), no Brasil, que matou 270 pessoas há dois anos.
O relatório concluiu que o desastre foi desencadeado por perfurações verticais em um ponto fraco da estrutura.
Segundo os investigadores, o procedimento foi iniciado pela Vale cinco dias antes da ruptura com perfuradoras que operam com injeção de fluido. A pressão desses líquidos ocasionou a dissolução dos sedimentos armazenados e consequente geração de ondas, que acabaram sacudindo a barragem.
A Vale disse anteriormente que a ruptura foi provocada pelo próprio peso do rejeito, associado às chuvas do final de 2018.
A Polícia Federal também afastou a hipótese de que uma detonação em uma mina próxima teria provocado a liquefação.
A Vale disse que “tomou conhecimento na sexta-feira 26 da expedição do laudo técnico da Polícia Federal sobre as possíveis causas do rompimento da Barragem I, da mina Córrego do Feijão, e que“ avaliará todo o conteúdo do laudo. ”
Em setembro de 2019, a polícia brasileira indiciou a Vale, o serviço de testes TÜV SÜD e 13 funcionários das duas empresas por produzirem documentos enganosos sobre a segurança da barragem. Cada um desses crimes pode durar de 3 anos a 6 anos, podendo chegar a um total de 18 anos de prisão.
Em janeiro de 2020, o ex-presidente da Vale SA, Fabio Schvartsman, foi acusado de homicídio .
Executivos da Vale e membros do governo de Minas Gerais assinaram em fevereiro um acordo de R $ 37,6 bilhões (US $ 7 bilhões) para a reparação dos danos socioeconômicos e ambientais causados pelo rompimento da barragem.
REGRAS DE DESCOMISSIONAMENTO
O estado de Minas Gerais está endurecendo as regulamentações sobre barragens de rejeitos em um esforço para evitar novas tragédias.
O estado publicou um decreto que estabelece a obrigação das empresas de classificar as barragens de acordo com o risco, bem como o descomissionamento das estruturas existentes e obras de emergência.
“Essa classificação é importante para que o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) estabeleça prioridades de fiscalização e monitoramento, com foco nas barragens que apresentam maior potencial de danos ambientais e sociais”, afirmou o governo do estado em nota.
Fonte: O Petróleo