Para tentar apagar passado de corrupção, Petrobrás muda nome do COMPERJ para GASLUB Itaboraí
Na coletiva concedida pela diretoria da Petrobrás na tarde de hoje (15), o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, fez questão de frisar da mudança do nome do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ao qual ele se refere como sendo um “cemitério da corrupção”. Na tentativa de apagar o passado de escândalos envolvendo o empreendimento, a empresa mudou o nome do projeto para Gaslub Itaboraí. De fato, o Comperj foi manchado por ter sido palco de esquemas de corrupção. O que a Petrobrás não pode deixar é que o empreendimento acumule outro título – o de “cemitério de empresas”.
Conforme temos noticiado ao longo dessa semana, o consórcio Kerui-Método, responsável pelas obras da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Gaslub Itaboraí, enviou uma carta aos seus fornecedores falando de suas dificuldades financeiras e reagendamento de pagamentos. Algo que pode complicar a já complicada situação financeira das empresas brasileiras que fornecem equipamentos e serviços para a obra. A Petrobrás diz que tem acompanhado a situação e monitorado o pagamento às empresas envolvidas no projeto.
A novela do Comperj começou há mais de 12 anos. Lançado em 2008, ainda no governo do então presidente Lula, o empreendimento tinha como meta processar cerca de 8% da produção de petróleo do Brasil daquela época. O sonho era tornar o país autossuficiente e exportador de petroquímicos. Mas tudo virou pesadelo quando a Operação Lava Jato revelou os esquemas fraudulentos por de trás da obra.
A Petrobrás iniciou a tentativa de um acordo com a China National Petroleum Corporation (CNPC), em 2018, para concluir as obras da refinaria do empreendimento, paralisadas em 2015 com cerca de 80% de avanço. No ano passado, porém as duas empresas chegaram a conclusão de que a construção da unidade não era economicamente viável.
Agora, no canteiro de obras seguem os trabalhos para construção do gasoduto Rota 3 e da UPGN. No caso da unidade de processamento, houve uma redução de 70% no efetivo de trabalhadores como medida de mitigação contra a pandemia do coronavírus.
Fonte: Petronoticias