Países que mais exportam vinho para o Brasil e como é esta disputa
A maior parte dos vinhos comercializados vêm da América Latina e Europa, que oferecem ótimos rótulos para os brasileiros
O brasileiro está cada vez mais se encantando pelos vinhos, seja com um delicioso Rosé para os dias de verão ou um intenso Malbec para o inverno. Para suprir a demanda, o país tem importado muito mais dessa bebida milenar.
Entre 2015 e 2019, a importação de vinhos duplicou em valores e em volume, segundo o Comex Stat, sistema de dados estatísticos sobre importação e exportação mantido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
O sucesso tem causado um verdadeiro frisson no mercado. Importadores, produtores e traders de países como Portugal, Espanha, Itália, Argentina e Chile estão ainda mais interessados em estimular o potencial de crescimento brasileiro e aproveitar o bom momento.
Um panorama das exportações dos vinhos para o Brasil
Em 2017, o nosso país importou mais de US$ 370 milhões da bebida. Os países da América Latina são os principais fornecedores de vinho para o Brasil (56%), seguidos da União Europeia (41%).
O país que mais exporta para o Brasil é o vizinho Chile, que proporcionou 39% das garrafas importadas. As variedades Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Carménère são as que mais chegam até nós.
Ainda na América Latina, Argentina (15%) e Uruguai (2%) também são importantes parceiros para o Brasil, com a exportação dos vinhos de uvas Malbec e Tannat.
Portugal é o país que mais se destaca na União Europeia, com 12% do total geral de importações, com destaque para o vinho do Porto e o ascendente vinho verde.
Na sequência, França e Itália fornecem cada um 11% dos vinhos importados pelo Brasil, e 7% é proveniente da Espanha.
As informações são do OEC (The Observatory of Economic Complexity), do MIT Media Lab, com dados originalmente da UN Comtrade.
Novidades na disputa pelo mercado brasileiro
Em 2020, algumas notícias movimentaram o mercado da importação das garrafas no país.
Os portugueses, que já têm o Brasil como o principal mercado para o seu azeite, desejam desbancar os chilenos e se tornar também os maiores exportadores de vinho para o país.
Portugal – e os países da União Europeia no geral – enxergam a competição como muito difícil devido à carga tributária, já que o Chile é beneficiado com o Mercosul. A expectativa é que um acordo comercial com a União Europeia mude esse cenário.
Ou seja, se tudo der certo, nos próximos anos, veremos cada vez mais vinhos portugueses em mercados, empórios e adegas, especialmente os frutados e de taninos leves, que estão entre os favoritos por aqui.
A segunda novidade do ano foi o anúncio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que revogou as exigências de novos exames que encareceriam o produto (como testes para detectar corantes, ácido cítrico, sulfatos, entre outros), depois de negociação com representantes do setor.
Para 2020, os parâmetros de controle e fiscalização do vinho se mantêm os mesmo de janeiro do ano anterior, sem exigências adicionais aos produtos importados.
A medida não agradou os produtores nacionais, pois, para eles, a exigência de exames mais rígidos encareceria o vinho importado de uma maneira de compensar o desequilíbrio competitivo.
Por que o Brasil importa?
Apesar de ter se consolidado como o quinto maior produtor de vinho na América Latina e a produção de uvas para a bebida atingir hoje uma grande parte do território nacional, o Brasil importa uma quantia considerável de vinho.
Quem se beneficia das importações são os apreciadores, pois, dessa forma, o comércio de vinhos online e físico oferece mais diversidade, o que favorece o consumo com excelentes opções de qualidade e preço. Tudo isso gera mais oportunidades de negócios e lucros para comerciantes e importadores.
Com um consumo de vinho crescente, o mercado brasileiro de vinho está cada vez mais atraente e tem desfrutado de uma boa relação custo-benefício do produto internacional. É o momento certo para aproveitar fazendo ótimas aquisições.
Fonte: Portal SEGS