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Os produtores de celulose da América Latina continuam competitivos, mesmo em meio a crise

Os produtores de celulose da América Latina continuam competitivos, apesar dos preços baixos da fibra e do impacto da pandemia de covid-19 na demanda, na avaliação da Moody’s Investors Service. Além disso, a maior parte dessas companhias tem liquidez adequada para honrar compromissos financeiros nos próximos dois a três anos, aponta a agência de classificação de risco, em relatório sobre o setor de celulose e papel na região.

Conforme a especialista, a desvalorização cambial, especialmente no Brasil, vai pressionar a alavancagem financeira dos produtores locais, mas beneficiará custos e fluxo de caixa.

A maioria das companhias latino-americanas de celulose e papel têm políticas financeiras conservadoras, que estabelecem limites para os índices de alavancagem, e, apesar de neste momento os índices superaram esse limite na maior parte dos casos, “as companhias têm também reduzido os dividendos, cortado os níveis de investimentos o máximo possível e melhorado seus perfis de liquidez utilizando linhas de crédito compromissadas quando necessário”, aponta o relatório.

Para a chilena Arauco e a brasileira Suzano, cujo rating é Ba1 com perspectiva estável, a expectativa é de deterioração das métricas de crédito, com pressão sobre a alavancagem já elevada. Na Eldorado (B2, com perspectiva estável), o cenário mais adverso vai comprimir ainda mais a liquidez.

Já a chilena CMPC, subsidiária da Empresas CMPC, com rating Baa3 e perspectiva estável, deve manter forte posição de liquidez, de acordo com a agência.

Para a Moody’s, os produtores de celulose seguirão enfrentando condições ruins de mercado neste ano, na esteira dos efeitos negativos da covid-19 na economia, com reflexos na demanda. A agência prevê que a alavancagem financeira dessas companhias deve melhorar até o fim do ano que vem, à medida que sejam implementadas iniciativas de corte de custos e preservação de caixa.

Embora a pandemia imponha novos desafios, segue o relatório, a covid-19 impulsiona a demanda de papéis para fins sanitários (tissue) e embalagem, oferecendo uma compensação no curto prazo para a queda acentuada no consumo de papéis de imprimir e escrever.

 

Fonte: Celulose Online

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